Quadrilha faz arrastão e assalta 50 pessoas no Sertão

Um grupo composto de aproximadamente 15 bandidos encapuzados desafiou a polícia sertaneja no intervalo entre o final da noite do último sábado e a madrugada do domingo. A quadrilha ‘interditou’ uma estada de terra que liga a cidade de Santa Cruz, no Alto Sertão da Paraíba, ao distrito de ‘Casinha do Homem’, e praticou uma série de assaltos.
Segundo a polícia, pelo menos 50 pessoas que passavam pelo local foram vítimas dos criminosos, que seriam da região de Alexandria, no Estado do Rio Grande do Norte.
A quadrilha utilizou uma caminhonete pequena para ‘fechar’ a estrada. Fortemente armados com pistolas e espingardas calibre 12, os bandidos fizeram o arrastão e transformaram em reféns todos os moradores que se dirigiam do distrito para Santa Cruz, onde participariam de uma festa em um clube particular em alusão ao período natalino. Dezenas de aparelhos celulares, câmeras digitais, roupas, dinheiro e documentos foram tomados das vítimas, cujo prejuízo ainda está sendo estimado pela polícia.
Durante a ação, os bandidos trancaram todas as vítimas no interior de uma residência localizada nas proximidades da estrada, e fizeram várias ameaças de morte contra os populares. Um veículo chegou a ser alvejado a bala pelo bando, por ter furado o bloqueio dos assaltantes. Devido à ousadia e à organização do grupo, o delegado da cidade de Sousa, Francisco Abrantes, informou que vai pedir o apoio do Grupo de Operações Especiais da Paraíba (GOE-PB) para investigar a quadrilha.
“A gente acredita que o bando seja do Rio Grande do Norte e já vem realizando pelo menos três arrastões deste tipo aqui na região. Eu ainda vou começar a ouvir as vítimas, para tentar identificar características desses criminosos e saber realmente mais detalhes de como aconteceu essa ação. Mas o modo como eles operaram impossibilita a ação da polícia, porque eles agem em grande número”, assinalou Francisco Abrantes.
Para a polícia, a quadrilha potiguar conhecia bem o cotidiano da cidade e já vinha planejando a ação há meses. A maioria das vítimas, conforme os policiais, morava em comunidades rurais do município e se deslocavam para a cidade onde participariam da confraternização.
“Todos ficaram trancados por mais de duas horas dentro da casa, e só foram liberados depois que os bandidos terminaram o assalto”, relatou o sargento Deusimar de Sousa, que trabalha na cidade e ainda chegou a realizar buscas à procura dos criminosos, mas não conseguiu localizar nenhum suspeito. 

João Paulo Medeiros
Do Jornal da Paraíba