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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

E Patos: ficará mais uma vez sem um deputado federal?


Genival Junior

Depois de eleger dois deputados federais nas eleições de 1990 e 1994, Patos vem sofrendo sucessivas derrotas em seus projetos de candidatura a Câmara Federal, devido a falta de unidade da sociedade e da classe política em torno de um nome forte.
Ha mais de uma década sem representante na Câmara dos Deputados, a cidade de Patos aguarda para 2020 mais um capítulo desse dilema que tem gerado profundos debates dentro da sociedade e da classe política.
Em 1990, Rivaldo Medeiros e Edivaldo Mota, que assumiu o mandato depois de um acordo com o então governador Ronaldo Cunha Lima, atuaram na cidade planaltina. Edvaldo é verdade apenas em parte, pois veio a falecer em 12 de julho de 1992. Já em 1994, Rivaldo Medeiros e Gilvan Freire foram mais uma vez através do voto, eleitos como representantes da Capital do Sertão na esfera federal.
Para 2010, muita gente pergunta: Como pode uma cidade de 100 mil habitantes não eleger um representante para atuar em Brasília defendendo os interesses da cidade? Pois é. Parece mesmo ser impossível disso acontecer, mas é verdade.
Porém, muita gente esquece que a eleição acontece no estado inteiro, e que ninguém por mais bem votado que seja, sairá eleito apenas com os votos de Patos para deputado federal. Exemplos disso não faltam: Em 1998, Patos deu 12.657 votos ao ex-prefeito Olavo Nóbrega, que alcançou no estado pouco mais de 25 mil votos e ficou longe de alcançar a vaga.
Em 1998, foi a vez de ver 18.165 eleitores apoiarem o atual vice-prefeito IVânio Ramalho, enquanto outros 11.235 votaram no atual refeito Nabor Wanderley e 1.432 eleitores em Edileudo Lucena. Ivânio parou em pouco mais de 24 mil votos no estado e Nabor em pouco mais de 20 mil votos. Edileudo Lucena apenas algo em torno de 2.400 votos.
E por fim, o exemplo de 2006, quando o ex-vereador Bonifácio Rocha obteve em Patos 19.293 votos e Gilvan Freire 8.060 votos. Curiosamente no estado Bonifácio alcançou pouco mais de 24 mil votos e Gilvan mesmo com mais de 50 mil votos também foi derrotado.
Outro ponto a ser considerado é a invasão dos chamados forasteiros, que também são votados na cidade. Em 2002, quando tínhamos 58. 873 eleitores inscritos no município, Patos deu outros 13.765 votos a 74 candidatos de outros municípios. Entre eles, mais de 4.500 a Wellington Roberto, que tinha o apoio do então prefeito Dinaldo Wanderley.
Quatro anos depois, 19. 719 patoenses votaram em outros 73 candidatos de todo o estado. Entre eles, Wilson Santiago e Vitalzinho, votado por partidários do PMDB, além de Ronaldo Cunha Lima e Efraim Filho, que recebeu o apoio de grupos ligados ao PSDB.
Ainda em 2006, Bonifácio Rocha teria sido eleito com mais 16 mil votos, em lugar de Marcondes Gadelha. O representante de Sousa, foi eleito pela média de votos com pouco mais de 39 mil sufrágios. Com mais 16 mil, Bonifácio alcançaria 40 mil e tomaria a vaga.
Para 2010, a grande realidade é que ninguém com menos de 70 mil votos, terá em princípio chance nem de sonhar com uma vaga em Brasília. Por isso, mais que a unidade da classe política, é preciso costurar as alianças em termos de região e estado, para que ninguém seja decepcionado mais uma vez.
As experiências de 2002 e 2006, sobretudo com Ivânio e Bonifácio, mostram que a cidade tem interesse de votar num representante local, mas está provado por a+b que os votos de Patos não serão suficientes. Ivânio e Bonifácio não poderão jamais reclamar de cidade, que os deram expressivas votações. Entretanto, poderão dizer que não houve um alinhamento político para se conseguir fora, os votos que resolveriam a parada e culminariam no final feliz do projeto. 2010 teremos um novo capítulo. 


Coluna publicada simultaneamente com o site pbnoticias.com



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