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sábado, 9 de junho de 2012

Comportamento

RELAÇÕES AFETIVAS

Foto:caroline-freitas.blogspot.com
Iara da Silva Machado

Quando se fala de relações afetivas é comum pensar-se nas trocas emocionais que experimentam as famílias, os amigos, colegas e conhecidos, estabelecendo um grau de proximidade ou afastamento dessas pessoas no cotidiano. 

Daí, a classificação em relações “íntimas” ou “sociais”, logo as relações afetivas são aquelas que envolvem afeto, ou seja, emoções e sentimentos positivos ou negativos, em maior ou menor intensidade. 

É adequado afirmar-se que construímos relações afetivas ao longo da vida em todos os contextos nos quais transitamos, porém são nos lares que essas relações se expressam de modo mais intenso, devido a proximidade diária e reconhecimento das fragilidades e potencialidades manifestas por cada um.

Eckhart Tolle em seu livro Praticando o poder do AGORA, afirma que “o verdadeiro amor não tem oposto”. Quando reflete que não se pode afirmar que se ama uma pessoa num momento, e no instante seguinte agredir essa mesma pessoa. Argumenta que quando esse comportamento acontece, não é a manifestação do amor que está presente na relação e sim uma compensação do ego, que provisoriamente encontra na outra pessoa uma possibilidade de “preenchimento”, só que, como não é legítima, a diluição disso pode gerar níveis altos de frustração e daí o ato inadequado.

Ora, o ser humano busca satisfação, bem estar e sentido existencial. Como ainda não descobriu a potencialidade em “si mesmo” acredita-se que os outros são responsáveis pela felicidade almejada, portanto, também da felicidade que não chega.

Assim, o desafio que aguarda a todos é a internalização de que cada um é responsável pelo seu próprio bem estar e que as pessoas a nossa volta são companheiros (as) de viagem, na busca de suas próprias verdades e realizações, e que poderemos até sonhar juntos, sonhos possíveis e trabalharmos para alcançá-los, mas não podemos, nem devemos depositar no outro a obrigatoriedade de que esses sonhos se concretizem, pois corre-se um grande risco desse projeto naufragar e a pessoa alimentar a imensa ilusão de que a culpabilidade do insucesso é do outro; terceirizando equivocadamente a responsabilidade que é antes de tudo do si mesmo, pela escolha que fez de está ali, naquela situação, naquele exercício, naquele compromisso, naquele lugar...

Relações afetivas não deveriam ser prisões emocionais, e sim um grande laboratório de trocas humanas, de expressões genuínas, de “falas do coração”, de verdades pessoais sem medo de assumir “sentimentos negativos e emoções menos dignas”. As vivências afetivas poderiam ser momentos de fé na vida e celebração da existência, com todas as lágrimas que precisam ser drenadas e também com todos os sorrisos que precisam ser vividos.

Uma verdade perene é a transitoriedade da vida e a impermanência de tudo que é manifesto, a fluidez do estado de coisas é algo indomável para o ser humano, como se a própria natureza estivesse a dizer que realmente só temos o AGORA para usufruir, logo, poderemos escolher vive-lo com o máximo de qualidade positiva e no fluxo da energia do amor, que gera saúde integral para o ser, porque é a matriz do viver.

Assim, as relações afetivas são as nossas oportunidades de deixar florescer em nosso próprio ser o melhor de cada um que compartilhar conosco um quanto dos seus corações e de doar para esses a boa parte da nossa essência, semeando o perdão, o amor, a fé e a gratidão. 

Iara machado é psicóloga e colunista do pbnoticias e garimpandopalavras

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