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sexta-feira, 25 de março de 2011

Agricultores que promovem a cultura do Orgânico ganham certificado em Campina

Centenas de agricultores de diversas entidades participaram da 1ª Reunião da Comissão da Produção do Orgânico da Paraíba

Durante a 1ª Reunião da Comissão da Produção do Orgânico da Paraíba, (CPORg), realizada na manhã da última quinta-feira, 23, no auditório da Unidade Regional do Sebrae Campina, representantes de sete associações e cooperativas paraibanas, compreendidos entre a Zona da Mata e Cariri, receberam o certificado que autoriza produtores rurais a comercializar seus produtos de acordo com as exigências do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica, SISORG, do Ministério da Agricultura.

A Lei nº 10.831/2003 prevê a produção, armazenamento, rotulagem, transporte, certificação, comercialização e fiscalização dos produtos e indica que essa produção está sendo acompanhada por uma entidade credenciada pelo Ministério. Na Paraíba, 20 instituições trabalham com vistas a incentivar a produção e consumo de orgânicos, entre elas o Sebrae Paraíba e outros órgãos públicos e privados.

Para João Bosco, Gestor do Projeto de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável, PAIS, do Sebrae Campina Grande, essas reuniões servem de mobilização para que outros agricultores acabem vendo na experiência desses cooperados, boas oportunidades de melhoria de suas condições de vida.

“A principal idéia é mostrar que os resultados obtidos por agricultores orgânicos, beneficia melhoras na fonte de renda, e principalmente, na qualidade de vida dos agricultores”, afirmou João.

Na visão do Superintendente Federal de Agricultura na Paraíba, Hermes Ferreira Barbosa, a certificação proporciona duas grandes vantagens. A primeira delas a confiança e qualidade nos produtos consumidos, e também, o desenvolvimento da agricultura familiar.

“Precisamos dar continuidade a promoção dessas idéias não só para preservar o meio ambiente, como melhorar o consumo de alimentos pela maior parte da população”, declarou.

Nessa primeira etapa foram certificados 220 agricultores que poderão vender seus produtos agrícolas em 27 feiras agroecológicas espalhadas pelo Estado. A estimativa é que esse mercado gere por mês cerca de 100 mil reais, segundo Virgínio Carneiro, Coordenador da CPORg na Paraíba.

Mesmo assim, o volume é pequeno perante a grande demanda do mercado. “Precisamos incentivar e acreditar na cultura de orgânicos. Embora tenhamos um público interessado, eles representam apenas 10% do que é consumido. Na Europa e América do Norte os consumidores chegam a pagar caro por um produto desses, e nós temos todo o potencial e não utilizamos devidamente”, afirmou Roberto Ramos de Almeida, Diretor da Superintendência de Administração do Meio Ambiente da Paraíba, Sudema.

Outras lideranças sensíveis à causa, a exemplo de Kátia Cristina de Oliveira Gurjão, Coordenadora do curso superior de Tecnologia e Agroecologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, IFPB, campus Sousa, vê nesses trabalhos a oportunidade da troca de experiência entre o conhecimento científico e o conhecimento dos agricultores.

“Esse tipo de realização fortalece o setor e promove idéias de desenvolvimento sustentável e agricultura familiar, em consonância com a realidade de vida de agricultores da nossa região, que veem nessa oportunidade uma alternativa de desenvolvimento e bem-estar social”, respondeu Kátia Cristina.

EXPERIÊNCIA DOS AGRICULTORES – Na ocasião, diversos ruralistas expuseram ao público a satisfação na mudança da cultura química de plantio para o cultivo de produtos orgânicos. Dentre eles, o senhor Inácio Lula de Oliveira, um dos fundadores da Associação dos Agricultores e Agricultoras Agroecológicos do Compartimento da Borborema, EcoBorborema.

“Eu plantei usando tóxico durante quase 20 anos. Perdi sobrinho e outros familiares que tiveram contato com esses venenos. Hoje, percebo a melhora da saúde da minha família, filhos e netos e do campo onde planto frutas e verduras” expôs o senhor Inácio, que comercializa seus produtos em feiras agroecológicas de Campina Grande, Esperança e Alagoa Nova.

Para a representante da Associação dos Produtores Agroecológicos de Monteiro, Apam, Maria Verônica de Oliveira, trabalhar com cultura orgânica trouxe resultados positivos.

“Eu também era química e mudei para o agroecológico e só pude perceber melhorias. Não só eu como os 20 cooperados da Associação da qual faço parte. Sem contar que no momento em que decidimos plantar orgânico, recebemos orientação do Ministério da Agricultura, do Sebrae, informando da melhor maneira de trabalhar com esse sistema” declarou.

O Selo SiSORg beneficiará membros das Associações de Agricultores e Agricultoras da Várzea do Sul Paraibano, Ecosul, Associação dos Agricultores e Agricultoras da Várzea Paraibana, Ecovarzea, Associação dos Agricultores Familiares Agroecológicos de Pitimbú, AAFAP, Associação dos Produtores Agroecológicos de Sumé, APFA’S, e a Associação dos Pequenos Produtores Rurais de Riacho do Algodão do Congo.

Para maiores informações acesse o site http://www.prefiraorganicos.com.br/

Francis Oliveira - Assessoria

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