O preço da corrupção custa para o Brasil entre R$ 41,5 e R$ 69,1 bilhões por ano. A estimativa é de um estudo divulgado hoje (13) pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).
De acordo com o relatório Corrupção:
Custos Econômicos e Propostas de Combate, o custo com a corrupção representa
entre 1,38% a 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
O dinheiro, se investido em educação,
por exemplo, poderia ampliar de 34,5 milhões para 51 milhões o número de
estudantes matriculados na rede pública do ensino fundamental, além de melhorar
as condições de vida do brasileiro.
"O custo extremamente elevado da
corrupção no Brasil prejudica o aumento da renda per capita, o crescimento e a
competitividade do país, compromete a possibilidade de oferecer à população
melhores condições econômicas e de bem-estar social e às empresas melhores
condições de infraestrutura e um ambiente de negócios mais estável", diz o
estudo da Fiesp.
O relatório aponta também que, se o
desvio de verbas no país fosse menor, a quantidade de leitos para internação
nos hospitais públicos poderia subir de 367.397 para 694.409.
O
dinheiro desviado também poderia atender com moradias mais de 2,9 milhões de famílias
e levar saneamento básico a mais de 23,3 milhões de domicílios.
Para
a área de infraestrutura, o relatório calcula que se não houvesse tanta
corrupção, 277 novos aeroportos poderiam ser construídos no país.
A precariedade dos terminais é um dos maiores
problemas para a realização da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
O estudo também revela, citando
informações da organização não governamental (ONG) Transparência Internacional,
que o país conseguiu reduzir a corrupção, mas não foi suficiente para tirá-lo,
em 2009, da 75ª colocação em um ranking de 180 países.
O relatório da Fiesp propõe como medidas
de combate à corrupção uma reforma política que, entre outras coisas,
estabeleça regras e procedimentos transparentes para o controle do
financiamento de campanhas eleitorais; uma reforma do judiciário, com medidas
que reduzam a percepção da impunidade e que punam mais rapidamente os casos de
corrupção; uma reforma administrativa, que reduza as nomeações para cargos de
confiança, o poder de barganha no jogo político e a captação de propinas nas
estatais; além de reformas fiscal e tributária, que aumentem o controle sobre
os gastos públicos e evitem o pagamento de propinas.
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