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domingo, 15 de abril de 2012

Por onde andam os agentes de endemias de Patos?

Marcos Eugênio
A dengue, uma preocupação nacional, que vem assustando em vários municípios sertanejos paraibanos, a exemplo daqueles localizados na região de Teixeira, com índices de infestação preocupantes, parece que não vem sendo levado a sério pela Secretaria Municipal de Saúde de Patos. Faz tempo não percebemos os agentes de endemias fazendo o trabalho de inspeção nas residências, apesar de estarmos vivendo um período em que o alerta vermelho foi acionado, por se tratar de uma estação que, apesar da forte estiagem que assola a região, pode ocorrer pancadas de chuvas a qualquer momento. 

Os R$ 600 mil direcionados pelo governo federal para que Patos desenvolva ações educativas contra dengue ainda não foram usados nesse sentido. O presidente do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e de Endemias, João Bosco Valares, diz que a situação começa a preocupar e que o mosquito já se espalha pela cidade. Acrescentou que o trabalho dos agentes de endemias não está acontecendo porque o Governo do Estado não fez entrega do Abate, larvicida usado contra o mosquito e que o secretário de Saúde de Patos, Eisenhower Brito Segundo irá à Secretaria Estadual de Saúde esta semana para tentar resolver o problema. 

Mas só que, somente com larvicida não se vence a batalha contra o mosquito. Tentamos contato com o secretário Segundo para explicar o porquê da ausência de campanhas conscientizadoras na cidade, com uso dos recursos transferidos pela União, mas seu telefone estava   desligado.                                                                                                                      

Como ovos do Aedes aegytpi, mosquito transmissor da dengue e febre amarela, pode levar até mais de um ano para eclodirem, precisando apenas de um pouco de água para isso ocorrer, qualquer chuvinha pode contribuir para isso. A população, que também precisa ser bastante vigilante, tomando os devidos cuidados preventivos, está carente de ações de combate, especialmente as educativas, que gerem atenção nos cuidados diários com a água usada, a exemplo das caixas de água, trato correto com o lixo domiciliar, ao regar as plantas.
Cemitérios, sucatas são pontos estratégicos de combate à dengue, devendo receber quinzenalmente a visita de agentes de endemias, por se tratarem de locais que servem de criatórios do mosquito. Domicílios fechados, são muitos em Patos, precisam da ação dos agentes de endemias. 

Na reunião provocada pelo GIAASP em Patos para tratar de vários aspectos da saúde pública da cidade, a ação dos agentes de endemias foi questionado. O representante do Sindicato, João Bosco, reconheceu as falhas, mas disse que enquanto sindicato a obrigação é zelar apenas pela garantia dos direitos trabalhistas deles. 

Outro problema gritante em Patos é a falta de saneamento básico, como bem citou o secretário Eisenhower, enfatizando que apenas 5% da cidade dispõem desse serviço. Hoje se sabe que a larva do mosquito não sobrevive somente em água limpas e paradas. Vem se adaptando às águas poluídas, o que agrava ainda mais o problema que requer vigilância constante. A 6ª Gerência Regional de Saúde começa a mobilizar os carros fumacê, usados para matar o mosquito adulto infectado, reduzindo a transmissão da doença, devendo esse serviço ser desenvolvido em áreas mais críticas da região. 

“A gente orienta cada município desenvolver um cronograma de ações, sejam educativas, de combate, educativas com sua população, atraindo parceiros como igrejas, entidades de classe, escolas, unidades de saúde, todos com o propósito de evitar a dengue”, comentou Davi Nunes, gerente regional de saúde.  

Em Água Branca o problema se agrava devido o abastecimento, com localidades em que água só chega a cada dez, doze dias. O serviço de abastecimento da Cagepa não consegue atender a todos os bairros por falta de estrutura de tubulação. O município foi agraciado com projeto para nova adutora (R$ 400 mil), porém é uma obra que leva tempo. A população vem fazendo reservas de água em todo tipo de vasilhames, uma atitude desesperadora em momento de seca. 

Porém a proliferação desses vasilhames, sem os devidos cuidados, torna-se atrativo para o Aedes se desenvolver. A Prefeitura vem conclamando a população para lutar contra a dengue. Ações educativas ocorrem na rádio local, nas escolas, comunidades, onde há aglomerações de pessoas há tentativas de conscientização. 

Em Teixeira o índice de infestação predial supera 8% em certas localidades, epidemia que vem tirando o sono das autoridades locais. Se os municípios tivessem maior compromisso com a saúde pública, mantivessem o trabalho educativo, de monitoramento durante todo o ano problemas dessa natureza dificilmente ocorreriam.

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