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terça-feira, 24 de abril de 2012

Escolas da rede privada da PB pode entrar em greve

A assembléia do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino Privado da Paraíba (Sinteenp) que acontece nesta quinta-feira (26) deve decidir pela paralisação da categoria por tempo indeterminado. A assembléia acontece a partir das 9h, no auditório do Sintep-PB, localizado na Rua Professor José Coelho, 61, no centro de João Pessoa.

A assembléia vai avaliar o resultado de uma mesa de negociação que acontecerá no dia anterior (quarta feira) e caso não tenha havido acordo, a greve será deflagrada. Com a deflagração da greve, caravanas de profissionais do interior do Estado devem vir para João Pessoa para acompanhar as negociações que ocorrerão na sexta feira (27), na Superintendência Regional do Trabalho (SRT). “A disposição dos professores é concentrar força na Capital e parar as instituições de ensino superior, pois são estas que estão criando as maiores dificuldades para a negociação”, diz o Coordenador Geral do Sinteenp, José Avenzoar Arruda.

Segundo ele, a intransigência do sindicato patronal em debater os assuntos de interesse dos trabalhadores está dificultando as negociações. “Se não houver acordo nas próximas duas reuniões, vamos propor a paralisação da categoria durante a assembléia geral”, afirma, referindo-se a uma reunião com o sindicato patronal nesta quarta-feira, às 9h30, na sede do Sintep, e a reunião final na SRT, na sexta-feira, às 14h.

Avenzoar diz que existem alguns pontos que são considerados inegociáveis pelos trabalhadores e outros que até podem ser objetos de negociação, mas não do jeito que os donos de escolas querem. Um dos pontos de discordância entre os dois sindicatos é referente ao reajuste nos salários dos trabalhadores. O Sinteenp cobra um reajuste de 15%, enquanto o sindicato patronal pretende oferecer um aumento de apenas 4%, abaixo do valor da inflação no ano passado, que segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV) fechou 2011 em 6,36%.

“Além disse, eles querem retirar o direito a incorporação das parcelas pagas por mais de seis meses, ou seja, querem reduzir a carga horária e o salário dos professores”, comenta Avenzoar. Outro ponto de discordância é relativo ao direto dos filhos dos funcionários de estudar gratuitamente nas escolas, ou com um desconto de ao menos 70%, o que, segundo Avenzoar, pode levar a um dissídio coletivo da categoria.

O coordenador do sindicato diz que a categoria já sabe que uma greve hoje não pode ter o padrão das greves anteriores. “A nova greve deve partir do máximo prejuízo ao empregador e mínimo prejuízo ao aluno que é nosso parceiro, assim é que a possibilidade de organizarmos um boicote aos pagamentos das mensalidades escolares por um período ou mesmo por um mês é uma possibilidade concreta, vamos analisar isso junto com as entidades estudantis”, completa, dizendo ainda que a categoria não descarta o uso de piquetes e fogos de artifícios dentro das instituições de ensino, mas que o Sinteenp tentará negociar em paz.

Assessoria

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