Campanha global de prevenção da doença com foco nas crianças é lançada
A obesidade e o sobrepeso são fatores de risco para câncer que têm avançado fortemente entre crianças e adultos de todo o mundo. Para alertar a população sobre o fato de que estar acima do peso na infância pode levar ao surgimento do câncer ao longo da vida, uma campanha global que envolverá mais de 90 países será lançada no dia 4 de fevereiro, Dia Mundial do Câncer. A iniciativa é da União Internacional de Controle do Câncer, UICC, maior organização não-governamental do mundo dedicada ao controle da doença. O Instituto Nacional de Câncer, INCA, é membro da UICC e a apoiará na divulgação do tema no Brasil.
A ação faz parte de um projeto mais amplo, lançado há dois anos e que será desenvolvido até 2012. As atividades são guiadas pelo tema “Crianças de hoje, mundo de amanhã”, que atenta para a necessidade da adoção de hábitos saudáveis para prevenção do câncer desde a infância. Em 2009, a campanha pretende mobilizar familiares, profissionais de saúde, educadores e o poder público para a promoção da saúde e prevenção do câncer, por meio do estímulo a um estilo de vida saudável para as crianças, com escolhas alimentares adequadas e uma vida fisicamente ativa.
2,6 milhões de morte
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, OMS, pelo menos 2,6 milhões de pessoas morrem anualmente por causa do excesso de peso ou obesidade. A UICC estima que a alimentação inadequada, o sedentarismo, o sobrepeso e a obesidade sejam responsáveis por aproximadamente 30% dos casos de câncer nos países ocidentais, o que representa a segunda maior causa evitável de câncer, atrás apenas do tabagismo. A campanha pretende alertar para a necessidade do equilíbrio entre a energia ingerida por meio da alimentação e a gasta com atividades físicas.
Orientações
Uma criança obesa tem chances até 30% maiores de se tornar um adulto obeso e o excesso de peso corporal em adultos é um fator de risco comprovado para câncer. Há evidências de que o excesso de gordura corporal aumente o risco do desenvolvimento de vários tipos de câncer, como de endométrio, rim, vesícula, pâncreas, mama e intestino. A primeira atitude que os pais podem tomar para prevenir a obesidade de seus filhos é alimentá-los somente por meio da amamentação até os seis meses de idade. Isso reduz em 13% as chances de a criança tornar-se obesa.
Hábitos saudáveis adquiridos desde cedo têm forte impacto ao longo da vida. Grande parte dos hábitos é estabelecida durante a infância, e o ambiente em que as crianças crescem - em casa, na escola ou em suas comunidades - as influencia de forma bastante intensa. Por isso, é importante que sejam estimulados, desde a infância, hábitos como alimentação saudável e a prática de atividade física. A escolha de um prato de comida colorida, com mais frutas, verduras e legumes, e menos gorduras, deve ser incentivada desde cedo. Além disso, os pais também devem estimular seus filhos a serem fisicamente ativos, reduzindo o tempo de atividades e brincadeiras mais sedentárias, como assistir televisão.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 1,6 bilhão de adultos no mundo estão com excesso de peso e ao menos 400 milhões desses são obesos. As projeções indicam que em 2015 esses números subam para 3,3 bilhões e 700 milhões, respectivamente. A estimativa é que uma em cada 10 crianças em idade escolar esteja com excesso de peso. Dessas, de 30 a 45 milhões são obesas, o que representa de 2 a 3% de todas as crianças do mundo com idade entre 5 e 17 anos. No Brasil, de acordo com a Pesquisa de Orçamento Familiares, POF, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, 40,6% da população está com excesso de peso e 11,1% dos brasileiros são obesos. Esse número representa praticamente o dobro da prevalência de obesid ade observada em 1974, que era de 5,7%.
Ações de controle
O Instituto Nacional de Câncer criou em maio de 2007 a Área de Alimentação, Nutrição e Câncer. O objetivo é produzir e reunir informações sobre a relação entre os hábitos alimentares e o câncer. A área funciona como um canal de consulta e troca de informações diretamente com estados e municípios, facilitando o trabalho de promoção de práticas alimentares saudáveis. Desenvolve projetos em parceria com diversas instituições como a Embrapa Agroindústria de Alimentos, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), universidades e empresas.
Programa Saúde na Escola
No âmbito do Ministério da Saúde, diversas ações são desenvolvidas para a promoção da alimentação saudável e da prática de atividade física, inclusive com o foco nas crianças. Destaque para do Programa Saúde na Escola, lançado em 2008 em parceria com o Ministério da Educação. Para os fatores de risco de câncer, o Programa utiliza os materiais de uma ação desenvolvida pelo INCA, o Saber Saúde, iniciada em 1998.
No âmbito do Ministério da Saúde, diversas ações são desenvolvidas para a promoção da alimentação saudável e da prática de atividade física, inclusive com o foco nas crianças. Destaque para do Programa Saúde na Escola, lançado em 2008 em parceria com o Ministério da Educação. Para os fatores de risco de câncer, o Programa utiliza os materiais de uma ação desenvolvida pelo INCA, o Saber Saúde, iniciada em 1998.
O objetivo é estimular a consciência crítica dos cidadãos de forma a que eles possam fazer opções conscientes que contribuam para sua saúde, a saúde coletiva e a do meio ambiente. O Saber Saúde tem como público-alvo alunos do Ensino Fundamental, envolvendo também professores e funcionários, alunos da Educação Infantil e do Ensino Médio, famílias e comunidades. Nos 26 estados e no Distrito Federal onde o Saber Saúde está implantado, sua cobertura é de 2.389.126 alunos e 120.284 professores. Até dezembro de 2008, 14.280 escolas já haviam sido sensibilizadas, sendo que 7.759 já estavam com o programa implantado.
O Ministério da Saúde também estabeleceu com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) metas para a redução dos teores de gordura trans dos alimentos industrializados no país. Até o final de 2010, conforme os parâmetros recomendados pela OMS, as gorduras trans não podem ultrapassar 2% do total de gorduras que compõem os alimentos.
INCA
Fotos:internet
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