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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Médicos com fronteiras

Foto: archief.mw.nl  

Inácio A. Torres


Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre.


Médicos estão dizendo que a bolsa de R$ 10 mil e mais ajuda de custo para viver no interior é ruim, afinal não há garantias trabalhistas - FGTS e hora extra, por exemplo. É ruim mesmo?


Essa bolsa é oferecida para quem for aceito no programa do governo federal destinado a colocar mais médicos no interior do país.

Quantos professores universitários no topo da carreira ganham esse salário?


Não vou discutir aqui a consistência do programa Mais Médicos, que ajuda a estimular o debate sobre a gestão na saúde no Brasil. Nem se e como deveríamos chamar profissionais do exterior. Reclamar de uma
bolsa de R$ 10 mil é um absurdo.


Não só porque, em qualquer lugar do Brasil, esse valor já faria um cidadão (pelos padrões oficiais) ser classe A.
Mas porque viver como esse dinheiro numa pequena cidade do interior, onde os gastos são muito menores, é diferente do que estar num grande centro.

Sem contar que, além da bolsa, é oferecida ajuda de custo.

Nem de longe se compara a programas como Médicos Sem Fronteira, que levam profissionais a lugares muito piores na África, Ásia ou América Latina - e não pagam quase nada. A contrapartida, é a experiência pelo
mundo e satisfação de salvar vidas.


A reação a uma bolsa de R$ 10 mil me parece uma visão de "médicos com fronteiras".


Se os brasileiros não querem (é um direito não aceitar) então que chamem os estrangeiros.

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