Um dos
assuntos mais comentados no Sertão da Paraíba esta semana tem sido o anúncio
pelo governador Ricardo Coutinho, na última segunda 16, sobre início da construção
no próximo mês do Centro de Oncologia de Patos, que atenderá pacientes de toda
a região, cuja licitação desse projeto encontra-se em curso. O secretário
estadual de saúde, Waldson de Souza esteve em Patos nesta quarta-feira 18 para
reorganizar a rede de serviços estaduais. Ele cumpriu vasta agenda com
diretores e técnicos hospitalares, concedeu entrevista coletiva e teve
participação em programa radiofônico, sendo questionado sobre assuntos diversos
no que tange à saúde pela população.
O Centro
de Oncologia, orçado em R$ 7 milhões, foi destacado pelo secretário que
explicou que o serviço atenderá a demanda na região, haverá grandes investimentos
em equipamentos, qualificação profissional e importantes parcerias que serão
anunciadas pelo governo. A meta, segundo Waldson, é o Centro seja concluído e
venha a funcionar ainda no primeiro semestre de 2013. “Após a conclusão da obra
teremos um período para instalação de equipamentos, treinamento de pessoal,
formação de equipes e para que a gente possa estabelecer os protocolos devidos
desse serviço”, comentou.
Informou
que o tratamento de quimioterapia será oferecido logo que o Centro for aberto.
Em relação à radioterapia, segunda fase do projeto, o governo está discutindo
com o INCA – Instituto Nacional do Câncer, devido a complexidade de sua
implantação, apesar de todos os estudos técnicos já terem sido realizados. Inclusive,
diz Waldson, o serviço de radioterapia de Patos permitirá consórcio com os
estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte, cujos pacientes deverão também ser
referenciados para Patos. “Devido a altíssima
complexidade da radioterapia, o Ministério da Saúde e os estados não podem
descentralizar muito esse serviço”, adiantou o secretário de saúde da Paraíba. Com
a construção do Centro de Oncologia o Hospital Regional vai experimentar importantes
mudanças, como ampliação de leitos da UTI, do bloco cirúrgico e maior
polarização de referência para municípios da PB, PE e RN.
Escalas médicas
Na
reunião com diretores hospitalares Waldson tratou também da recomposição das
escalas médicas. Citou o afastamento de alguns médicos, principalmente ortopedistas,
por serem candidatos, e garantiu que virão mais profissionais de Campina Grande
e João Pessoa para recomporem as equipes e assim normalizar os plantões. Um
problema, segundo Waldson, é encontrar especialistas, a exemplo de
neurocirurgião, já que são poucos em atividade em nosso Estado, mas que é meta
da SES montar equipe 24h em Patos e para isso o canal de discussão foi aberto.
Questionado
sobre o funcionamento do mamógrafo, importante serviço de radiografia da mama
que permite a detecção precoce do câncer, permitindo mostrar lesões bastante
pequenas facilitando um tratamento mais eficaz, disse que o aparelho está
pronto para servir à população, faltando apenas a regulação por parte do
município, que recebe recursos federais e compra o serviço.
Sociedade organizada
Waldson
comentou sobre o debate que o Estado abriu com a sociedade organizada de Patos,
clubes de serviços, igrejas, conselhos municipais, além do Ministério Público, uma
discussão que teve como foco o atendimento de urgência e emergência do Hospital
Regional Dep. Janduhy Carneiro. “No momento em que a gente pode articular uma
conversa ampla com a sociedade organizada temos a oportunidade de dizer com
clareza o que estamos fazendo, qual é a realidade do serviço, quem está fazendo
direito e quem não está. Foi uma conversa produtiva, o grupo que sentou com a
direção compreendeu a lógica que o governo quer implantar no Hospital. A ordem
da puta neste momento é reunir novamente as entidades e mostrar o que estamos
fazendo para melhorar a porta de entrada do Regional, com atendimento mais
eficaz, mais humanizado”, explicou Waldson.
Ele
também fez críticas a uma prática que acontecia no Regional, quando o Estado
pagava a várias pessoas para darem plantão e elas davam expediente em outros,
coisa que não está sendo mais permitido. Disse que é importante a população
denunciar na imprensa, no Ministério Público, porém identificando esses
faltosos, quando a prática ocorrer. Na portaria do Regional é exposta diariamente
a escala dos plantonistas. “Os profissionais que atendem mal, não respeitam a
população, estes não interessam ao governo. Lógico que não são todos os
profissionais de saúde, todos os médicos, mas sabemos quem são e não revelamos
por questões éticas”, enfatizou.
Sobre a
polêmica alimentada esta semana envolvendo Hospital e SAMU de Patos o
secretário disse que é algo que jamais deve acontecer, tendo em vista que o
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência deve ser muito bem protegido,
representa um grande avanço para o SUS, instituição mais bem avaliada, ainda
mais porque agora a Paraíba terá uma cobertura de 100% desse serviço nos
municípios, abrindo novas, além das novas habilitações que estão chegando.
Disse que não acredita em avanços institucionais quando essa relação é usada
por politicagem. “Quando ocorre um conflito entre médicos reguladores isso
prejudica um serviço como um todo”, acrescentou.
Hoje o
Regional de Patos já possui coberta a escala da UTI, de clínica e parte da cirurgia
e ortopedia e hoje (quarta) houve avanços para se fechar todas as escalas e
assim o Janduhy ter maior volume de atendimentos especializados. Waldson comentou
que uma das maiores missões do Estado no campo da saúde, além da oncologia, é
organizar toda a rede de obstetrícia, através do Programa Rede Cegonha
(Ministério da Saúde), para isso é preciso locar recursos para a estruturação e
desenvolver uma grande articulação no projeto de urgência e emergência,
envolvendo os hospitais estaduais, municipais, UPAs e SAMU.
Assessoria 6ª GRS
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