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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Autoestima - uma leitura saudável para começar o dia!



Inácio Andrade Torres – /13/09
O VALOR DA MEMÓRIA
Viktor Emil Frankl, psiquiatra e psicólogo austríaco, é o criador do método de tratamento psicológico denominado logoterapia, uma das dissidências da psicanálise freudiana surgidas em Viena e uma das muitas teorias sobre motivação básica do comportamento humano. Conforme seu raciocínio, a motivação básica do comportamento do indivíduo é uma busca pelo sentido para sua vida e a finalidade da terapia psicológica deve ter o objetivo de fazê-lo encontrar esse significado particular. 
A Logoterapia preocupa-se em ajudar o paciente a orientar-se quanto ao significado de sua existência. Esse método busca descobrir uma maneira simples de analisar e dar atenção a uma neurose negligenciada, que é a necessidade de se encontrar sentido para a vida. Para Frankl, a principal preocupação do homem é estabelecer e perseguir um objetivo capaz de dar sentido à sua vida.  
Viktor Emil Frankl, desde a adolescência, interessou-se pela psicanálise. Seu primeiro trabalho chamou-se "Sobre o significado da vida". Escreveu ainda “A vontade de significado”, “O médico e a alma”, e “Em busca de sentido”, um ensaio sobre campos de concentração. Casou em 1942, e no mesmo ano foi enviado com a família para um campo de concentração, onde seus pais e a sua mulher morreram.
No infortúnio do cativeiro de um campo desses, Frankl interessou-se ainda mais pelo estudo do comportamento humano, vindo a concluir tempos depois que esse interesse o havia salvo, como também àqueles seus colegas prisioneiros, que tinham uma esperança e buscavam dar significado a suas vidas. Estes, mesmos sofrendo as maiores perseguições, fome, abandono, humilhações, maus-tratos e selvageria tinham mais resistência diante dos algozes e das adversidades.
Em setembro de 1997, vítima de uma parada cardíaca, aos 92 anos, em Viena, Viktor Frankl faleceu deixando para a humanidade uma obra que inspira entusiasmo mesmo nos momentos de grandes decepções e desenganos, bastando para isso que valorizemos e cuidemos bem da nossa memória. A seguir um trecho construído por esse grande psiquiatra, durante estada em um campo de concentração.
[...] “no meio do castigo humilhante, um preso disse:
- ‘Ah, se nossas mulheres nos vissem assim!’
O comentário me fez lembrar o rosto de minha esposa e, no mesmo instante, me jogou para fora daquele inferno. A vontade de viver retornou, me dizendo que a salvação do homem é por e pelo amor. Ali estava eu, no meio do suplício, e ainda assim capaz de entender Deus, porque podia contemplar mentalmente a face de minha amada.
“O guarda mandou que todos parassem, mas não obedeci – porque não estava no inferno naquele momento. Embora não tivesse como descobrir se minha mulher estava viva ou morta, isso não mudava nada. Contemplar mentalmente sua imagem me devolvia a dignidade e a força”.
E conclui Frankl: “Mesmo quando retiram tudo de um homem, ele ainda tem a bem-aventurança de lembrar-se do rosto de quem ama – e isso o salva”.
Coluna publicada simultaneamente com o pbnoticias.com

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