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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Eclampsia é destaque em curso oferecido pela Maternidade de Patos








Preparar os profissionais de saúde para que entendam com maior profundidade as patologias com relação às síndromes hipertensivas, que podem se agravar durante a gestação, e melhorem a assistência às mulheres no ciclo gravídico-puerperal (período que compreende a gravidez e o pós-parto). Este é objetivo da capacitação oferecida pelo Governo do Estado, Instituto Social Fibra e CEAG – Instituto Educacional de Ensino a cerca de 100 funcionários da Maternidade Dr. Peregrino Filho, de Patos, abrangendo enfermeiras, técnicas de enfermagem e médicos.

A grande abordagem nessa nova qualificação é em relação à eclampsia e pré-eclampsia (hipertensão arterial que surge na gestação), tema que serviu de estudos científicos na Maternidade de Patos, com resultados apresentados no congresso nacional de ginecologia e obstetrícia, ano passado em Fortaleza. Segundo uma das facilitadoras da capacitação que acontece desde ontem, segunda-feira, sendo concluída hoje, na 6ª Gerência Regional de Saúde, a mestra de Enfermagem em Obstetrícia e Neonatal, Gislene Marcon Bastos, a mortalidade materna é alta no Brasil e a eclampsia é apontada como das principais causas.

Ela explica que se houver maior cuidado com a mulher, profissionais da enfermagem mais qualificados, seguindo as prescrições médicas, consegue-se reduzir a mortalidade materna, algo já que vem ocorrendo com os casos decrescentes de mortes por eclampsia no Brasil. Essa é uma das diretrizes recomendadas pelo Ministério da Saúde que prioritariamente passa pelo PSF. O pré-natal bem feito, com a mulher tendo uma gravidez acompanhada, realizando todos os exames necessários, monitoração da pressão arterial e recebendo as orientações necessárias diminui significantemente o risco de morte. A pré-eclampsia é considerada uma gestação de alto risco. Quando ela é detectada a mulher passa a receber maior atenção e qualquer e qualquer alteração que ocorra ela será encaminhada para internação.

“O Programa Saúde da Família é a base de toda a saúde. Se essa base for boa tudo caminha bem. Se você tem uma equipe que oferece um pré-natal de respeito, ou seja acompanha a mulher durante toda sua gestação, a chance de mortalidade por eclampsia, patologia com causas ainda desconhecidas, será bem menor”, comenta Gislene.

Ela revela que a equipe do PSF, médicos, enfermeiros precisam de maior qualificação sobre pré-eclampsia. Por ser generalistas, têm que lidar com todo tipo de doenças da comunidade e não possuem uma visão mais ampla sobre a saúde da mulher no tocante a essa patologia hipertensiva. É nessa preocupação que o Governo do Estado e o Instituto Fibra pretendem ampliar a capacitação beneficiando todos PSF’s da região de Patos. O projeto está sendo elaborado e as áreas de Santa Luzia e Teixeira podem vir a ser as primeiros a receber essa mesma capacitação que tem encerramento em Patos nesta terça-feira 29, direcionada aos médicos e enfermeiros.

Uma capacitação também foi solicitada pelo diretor técnico da Maternidade Peregrino Filho, Dr. Paulo Athayde. Trata-se de dois equipamentos que ainda não possuem pessoal qualificado para manuseá-los, o partograma e cardiotocografia, instrumentos que ajudam a analisar melhor o parto, com exames mais detalhados que dão informações precisas sobre a evolução do quadro da parturiente aos médicos, possibilitando a esses tomarem iniciativas mais precisas que garantam a saúde da mãe e de seu filho. Essa capacitação está muito ligada ao processo de humanização dos serviços do SUS. “Fazendo uso desses instrumentos os médicos passam a ter parâmetros maias seguros que dirão se há possibilidade da mulher ter parto normal ou não”, explicou Gislene.

Segundo dados da OMS de 2000, mais de meio milhão de mulheres morrem ao ano de causas relacionadas à gravidez. Do total, 99% dessas mortes ocorrem em países em desenvolvimento, sendo que 10% a 15% estão associadas à pré-eclampsia e eclampsia.

Sobre esse assunto o diretor clínico da Peregrino Filho, Paulo Athayde,que coordenou uma pesquisa científica ano passado usando como público a clientela da Maternidade de Patos, também discorreu sobre eclampsia para os participantes.  Ele falou sobre a evolução clínica da patologia, principais riscos, prevenção, tratamento, exames, controle de pressão arterial, dentre outros temas que fazem parte do universo da síndrome hipertensiva e da rotina da equipe médica. Ele também defendeu um trabalho de capacitação no PSF para garantir um acompanhamento de qualidade às gestantes e assim evitar o agravo da eclampsia, patologia que tanto preocupa os órgãos de saúde devido o alto índice de mortes por ela provocadas.


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