Em um ano, o número de Empreendedores Individuais (EIs),
empresários com faturamento bruto de até R$ 5 mil por mês, cresceu 82%
na Paraíba. O Estado teve um crescimento superior à média da região
Nordeste, que foi de 78%. Os dados fazem parte de um Estudo feito pelo
Sebrae Nacional, entre maio de 2011 e abril de 2012, divulgado nesta
quinta-feira (2), em Brasília. A pesquisa ouviu 11,5 mil pessoas em
todas as capitais do país e em municípios de médio e pequeno porte.
Em abril deste ano, data final da pesquisa, a Paraíba possuía
28.244 EIs. Dados de julho revelam que ES se número já superou os 37
mil. Atualmente, o país já soma cerca de 2,5 milhões de empresários
desta categoria. A previsão do Sebrae é que, em julho de 2014, esse
número chegue a 4 milhões e, em 2022, fique próximo de 8 milhões.
Os benefícios em formalizar o próprio negócio (INSS, acesso ao
crédito, emissão de nota fiscal e venda de produtos a outras empresas)
contribuíram para esse rápido crescimento dessa nova categoria de
empresários. Por isso, de acordo com a pesquisa, 94% dos empreendedores
entrevistados recomendam a formalização.
O Estudo realizado pelo Sebrae mostrou também que 55% dos
entrevistados afirmaram ter tido um aumento no faturamento da empresa
após a formalização. Para 54%, os investimentos na empresa aumentaram
após o registro como EI e 52% afirmaram que passaram a ter maior
controle financeiro.
A microempresa individual (MEI) é destinada a empreendedores que
faturam até R$ 5 mil ao mês ou até R$ 60 mil ao ano. A inscrição é
gratuita e, para ter direito aos benefícios da Previdência Social, o
empreendedor paga contribuição de R$ 31 a R$ 37 ao mês, conforme a
atividade. A formalização teve início em julho de 2009.
Vantagens da formalização
A empreendedora Carmem Patrícia Melo, de João Pessoa, começou a
sentir as vantagens de ter formalizado a sua atividade há cerca de
quatro meses. Carmem conta que já possuía uma loja de confecções em sua
própria casa há cinco anos, mas apenas neste ano soube que poderia
aumentar seu faturamento, comprando mercadorias no atacado e
registrando-se como empresária.
“Agora eu sou empresária. Tenho uma pequena empresa, uma loja
regularizada, com CNPJ. Mensalmente pago o imposto, que é em torno de
R$30 e terei direito à aposentadoria e todos os benefícios da
Previdência. Estou gostando muito disso”, diz Carmem, orgulhosa do seu
empreendimento.
Além das vantagens previdenciárias, ela espera aumentar o
faturamento da sua empresa nos próximos meses. “Quando eu completar seis
meses de formalização, vou poder ter a máquina de cartão de crédito e
aumentar minhas vendas. Com essa facilidade, com certeza, vou vender
mais”, completou.
Outros dados da pesquisa:
Crédito
A maioria dos Empreendedores Individuais utiliza recursos
próprios e não busca crédito bancário mesmo após a formalização. Mesmo
assim, dos 10% que procuraram financiamento, mais da metade (52%) afirma
ter conseguido. A procura se deu principalmente em bancos públicos
(68%), instituições financeiras privadas (27%) e em cooperativas (4%).
De acordo com a pesquisa, este público tem uma grande expectativa
de expansão do negócio. Os dados mostram que 70% do total dos
entrevistados pretendem faturar mais de R$ 60 mil por ano com sua
empresa, valor de limite do EI. Com receita bruta superior ou
contratando mais de um empregado, eles se tornam microempresários, o que
já ocorreu com 47 mil Empreendedores Individuais desde 2010.
Áreas de atividade
Mais de 400 ocupações possibilitam o registro como EI. De acordo
com a pesquisa, o comércio é o setor que tem a maior proporção de
empreendedores, 39%. O comércio varejista de artigos do vestuário e
acessórios é o que apresenta o maior número de registros no país.
Depois do comércio, vem o setor de serviços (36%), o de indústria
(17%) e o da construção civil (8%). Apesar do comércio ser o setor mais
importante também entre os EI, esse setor responde por mais da metade
das micro e pequenas empresas (56%). Já o setor de serviço tem
importância relativa maior entre os EI, com 36%, do que entre as MPE,
com 28%.
Faixa etária, escolaridade e distribuição
O novo grupo de empresários é formado por homens (54%) e mulheres
(46%) com idade entre 25 e 39 anos e ensino médio completo (48,5%). No
entanto, ainda há muitos com baixa escolaridade: mais de 18% com
fundamental incompleto e apenas 7,1% com superior completo.
Os empreendedores individuais estão em maior número na região
Sudeste (49%). Na região Nordeste, estão 21% dos EI e 17% das MPE. Em
geral, não têm outra fonte de renda e buscaram a formalização para ter
acesso ao Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e à nota fiscal.
Agência Sebrae de Notícias PB
Luciana Oliveira
Luciana Oliveira
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