Com ausências do Ministério Público, OAB e representante
da Secretária de Saúde de Patos, não justificadas, aconteceu na noite desta
quarta-feira na Câmara Municipal Casa Juvenal Lúcio de Sousa, audiência pública
para discutir e buscar soluções para melhoria no atendimento no Hospital Regional
de Patos Deputado Janduhy Carneiro. O encontro reuniu várias entidades, como o
próprio Hospital Regional, foco das discussões, 6ª Gerência de Saúde, Conselho
Municipal de Saúde, Igrejas, Corpo de Bombeiros, Samu, dentre outras. Seis
vereadores deram quórum à sessão: José Mota, Ivanes Lacerda, Edmilson Araújo,
Josefa dos Santos (Zefinha das Bolsas), Sales Junior e Maria Venâncio (Peteca).
A sessão pública foi originada a partir da
formação de uma comissão que visitou o Hospital, preocupada com a entrega dos
plantões extras, que acabou gerando grandes prejuízos para a sociedade de mais
de 70 municípios que fazem uso dos serviços oferecidos pelo Janduhy Carneiro.
José Mota leu o relatório elaborado pela referida comissão, que relatou em
documento o que viram em sua visita no mês passado ao Regional e em seguida fez
a abertura dos trabalhos propriamente ditas, como o que todos esperavam de
atitudes concretas a partir desse encontro, em que todos compareceram com
propósito de contribuir para avanços na saúde pública.
As falas foram abertas e o vereador Ivanes
Lacerda lamentou a ausência do secretário municipal de saúde, por achar que não
há como discutir a situação do Hospital Regional sem falar na gestão plena de
saúde de Patos, que está intimamente ligada ao funcionamento de toda uma gama
de serviços disponibilizados pela rede hospitalar, pelo PSF, Samu. José Mota
discordou e enfatizou que a atenção básica e seus problemas, podem gerar outra
audiência pública.
Padre José Ronaldo, administrador diocesano de
Patos, falou sobre a campanha da fraternidade deste ano, que trata justamente
da saúde pública brasileira e que a qualidade, humanização da saúde esteve
sempre na pauta da Igreja Católica, sendo sua grande reivindicação. Disse que a
saúde de Patos não deve ser tratada através de bandeiras políticas partidárias.
Também lamentou a ausência do secretário de saúde de Patos.
João Bosco Valadares, presidente do Conselho
Municipal de Saúde lembrou que o problema do Regional de Patos não se limita
apenas à escassez de médicos, mas também a outros setores, como a UTI, que
possui somente seis leitos para atender pacientes de mais de 70 municípios,
municípios esses que, segundo ele, usam os serviços de Patos, mas não há o
repasse desses custos, dinheiro que deveria voltar ao Hospital.
O gerente da 6ª Regional de Saúde, José Leudo,
falou dos desafios e da vontade do governo Ricardo Coutinho para garantir à
sociedade o atendimento com resolutividade e humanizado proposto pelo SUS.
Falou do mamógrafo que já está em funcionamento na Maternidade Peregrino Filho,
que atenderá uma demanda de 500 exames/mês. Citou também os recursos da ordem
de R$ 33 milhões no último semestre para os municípios da regional, que não
deixam transparecer em que estão investindo na saúde, já que no Regional o
fluxo de pessoas de diversos municípios que buscam atendimento é algo
assustador. Leudo elogiou o trabalho da comissão e disse que a sociedade
organizada está dando grande contribuição ajudando a gerência e aos hospitais a
identificar suas falhas e buscar corrigi-las.
Na sequência foi dado um tempo maior à diretora
do Hospital Janduhy Carneiro, Sílvia Ximenes, que pode repassar algumas
informações sobre a crise do Regional a partir da entrega dos plantões extras
pelos médicos, pela equipe técnica, de outros que tiveram que se afastar por
serem candidatos, mas que esses plantões começam a ser cobertos. Falou da boa
estrutura de funcionamento do Regional e de alguns avanços nas escalas médicas.
“Todo final de mês, como foi acordado esta semana entre o secretário estadual
de saúde Waldson de Souza, Ministério Público e CRM, estaremos enviando ao MP a
escala médica do mês posterior”.
Sílvia explicou que já há estudos topográficos
para ver a possibilidades de ampliação da UTI, que não consegue atender a
demanda. Informou, juntamente com José Leudo, sobre o processo em curso da
reativação das cirurgias eletivas, onde o Estado receberá R$ 12,5 milhões de
recursos federais, que virão fundo a fundo com o município, que fará o repasse
para as equipes que farão as cirurgias. No próximo mês será iniciado o processo
de triagem dos pacientes que vão se submeter à programação das eletivas.
Após debate, com questionamentos e respostas
com e entre os convidados, foram anunciadas propostas que contribuam para um
melhor atendimento no Hospital Regional. Oito foram inscritas e comporão
documento que será elaborado pela Câmara Municipal que vão ser trabalhadas para
que venham a ser concretizadas:
- Criação de um juizado especial da saúde, que
facilitará o aceso da população a determinados procedimentos;
- O envio por parte da direção do Janduhy Carneiro
ao Ministério Público e Câmara das escalas médicas referente ao mês seguinte;
- Entrega da relação cadastral das pessoas que
vão fazer cirurgia eletiva;
- Nova visita da comissão ao Hospital para
constatar os avanços, um convite feito por Sílvia Ximenes;
- Solicitar ao governo municipal agilização da
entrega das UPAs – Unidades de Pronto Atendimento;
Preenchimento das vagas de médicos no PSF;
- Solicitar a Patos adesão ao PMAQ – Programa -
Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da
Atenção Básica;
- Fazer uma discussão em torno do consórcio
regional intramunicipal de saúde.
Ao final da sessão Sílvia Ximenes parabenizou a
comissão pela discussão em torno da saúde e disse que o governo não está
medindo esforços para ampliar serviços e oferecer atendimento com mais
qualidade, humanizado a todos que procuram o Janduhy Carneiro. Dos 220 plantões
que estavam em aberto disse que já foi fechado os de clínica geral,
intensivista (UTI) e entregando no próximo dia 30 à Procuradoria Geral,
Ministério Público e CRM, as escalas completas de agosto, de ortopedistas e
cirurgia geral. Para José Leudo a
audiência também foi bastante proveitosa e afirmou que com o fechamento de
escalas médicas, grande parte dos problemas do Regional será resolvida.
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