O Ministério da Saúde incluirá o medicamento Raltegravir na lista de anti-retrovirais fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento da Aids. A decisão da Comissão de Incorporação de Tecnologias (Citec) já foi ratificada pelo ministro José Gomes Temporão.
Em meados de setembro, o Comitê Assessor de Terapia Anti-retroviral de Adultos, ligado ao Programa Nacional de DST e Aids, já havia avaliado e recomendado a inclusão do medicamento. A partir de agora, iniciam-se as negociações com o laboratório Merck Sharp & Dohme para a aquisição dos comprimidos importados. A expectativa é que o raltegravir esteja disponível para os pacientes que vivem com Aids já no início de 2009.
O raltegravir faz parte de uma nova classe de agentes anti-retrovirais, chamada de inibidores de integrase. Ele impede a inserção do DNA viral do HIV no DNA humano. Trata-se de um novo mecanismo, que reduz a capacidade do vírus da Aids de se replicar e infectar novas células. “Essa é uma alternativa para melhorar a qualidade de vida de quem já não responde ao tratamento disponível”, afirma o diretor-adjunto do Programa Nacional de DST e Aids, Eduardo Barbosa.
Os beneficiados serão os que já desenvolveram multirresistência a outros remédios e, por isso, estão em falência imunológica. Até o fim de 2009, mil pacientes devem ter a droga no tratamento. A prescrição será feita a cada pessoa por seu próprio médico.
Terapia anti-retroviral
Desde 1996, com a publicação da Lei 9.313, o tratamento da Aids é assegurado gratuitamente, no Sistema Único de Saúde (SUS), a qualquer cidadão com Aids. Atualmente, 185 mil pessoas recebem o tratamento. O Brasil fornece 17 drogas – dez importadas, de nove companhias farmacêuticas; e sete nacionais, produzidas por uma indústria privada e seis laboratórios públicos. O raltegravir será a décima oitava. Entre 1997 e 2007, foram investidos mais de R$ 6 bilhões na aquisição de anti-retrovirais. Para 2008, a previsão é de pouco mais de R$ 1 bilhão
Ascom
foto:www.bbc.co.uk
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