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terça-feira, 17 de maio de 2011

Em tempo de renúncia de prefeito


            RECADO PARA O BEM DA CIDADANIA

           No dia 5 de outubro, a Constituição brasileira aniversaria.

            O 5 de outubro é também consagrado ao bóia-fria. Denominação que se dar ao trabalhador rural que atua quase sempre por empreitada e que faz refeição no campo. Designa também a pessoa que leva a comida de casa para o trabalho.

Já o 6 de outubro, é o dia do prefeito, logo não havendo razão maior para enviarmos através desse espaço esse recado a todos eles, na esperança de que entendam como uma contribuição para o cargo que assumirão por quatro anos.

Primeiro. Uma vez eleitos, os senhores serão prefeitos de todos os munícipes, por isso deverão dispensar tratamento justo e igual a todos os concidadãos, independente de que tenham sido, na campanha, correligionários ou opositores.

Segundo. Não permitam, a quem quer que seja, utilizar dinheiro dos cofres públicos sem uma justa causa e aprovação legal.

Terceiro. Utilizem como critérios para indicação de assessores, a habilidade e a competência técnicas, a grandeza moral, a eticidade e a história pregressa individual.

Quarto. Lembrem-se: nepotismo é crime. Aliás, o Conselho Nacional do Ministério Público, de forma pioneira e vanguardista, aprovou, em 05/09/05 resolução que coíbe a prática do nepotismo no âmbito da União e dos Estados, hoje extensiva aos municípios. Portanto, não nomeiem parentes de primeiro, segundo ou terceiro graus. Isso pode lhes causar desprestígio e embaraço jurídico. Pior ainda: desconfiança popular.

Quinto. Trate o patrimônio público com cuidado e zelo. Fuja de especuladores e de oportunistas. Uma regra de ouro é comprar e pagar tudo a vista e não atrasar salários dos funcionários. Prefeitos que assim procederam, obtiveram descontos de até 30% nas compras e ganharam a credibilidade e o respeito do povo.

Sexto. Procurem conhecer os funcionários e promovam a capacitação dos que demonstram maior interesse. Valorizem aqueles mais dedicados, responsáveis e qualificados. Paguem o salário justo e em dia e, sempre que possível, dirijam aos seus comandados uma palavra de estímulo, carinho e respeito.

            Sétimo. Usem sempre a racionalidade, a consciência profissional e sejam rígidos, mas como diz Che Guevara, nunca “percam a ternura” e, acrescentamos nós, a humanização.

Oitavo. Mantenham-se sempre sintonizados com os Governos Federal e Estadual e com prefeitos de municípios vizinhos. Essas parcerias devem ser sólidas, pois acima de quaisquer desencontros ou picuinhas políticas, procurem colocar o município, o estado e o país.

Nono. Prefiram a palavra dura do justo à mentira amena do bajulador. O puxa-sacos de forma subserviente lhes adulará, mas ocultamente lhes trairá; é portanto um inimigo íntimo invisível.   

Décimo. Sejam humildes nunca subservientes. Corajosos nunca arrogantes. E ser corajoso significa, quando necessário, aceitar até mesmo os estragos da impopularidade, do que ceder a desejos injustificáveis de políticos aproveitadores e interesseiros.

Por fim, nunca confundam política com politicalha; pois conforme Rui Barbosa, a primeira “afina o espírito humano, educa os povos no conhecimento de si mesmos, desenvolve nos indivíduos a atividade, a coragem, a nobreza, a previsão, a energia, cria, apura e eleva o merecimento”. Já a segunda, não passa de um “jogo da intriga, da inveja e da incapacidade”.

Enfim, enquanto a política é “a higiene dos países moralmente sadios, a politicalha é a malária dos povos de moralidade estragada”.

Inácio Andrade Torres

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