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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Motim no Presídio de Patos: Detentos falam de celular com a imprensa e falam de maus tratos




Vários detentos ligaram de dentro do presídio para falar com familiares e imprensa

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Pela falta de informações oficiais pelo Comando da PM durante o trabalho de contenção do motim ocorrido na noite desta segunda-feira no Presídio Regional de Patos Dr. Romero Nóbrega, a imprensa patoense conseguiu conversar com alguns detentos via celular, repassado por seus familiares. No momento tenso da negociação eles reclamaram de maus tratos, humilhação no horário de visitas e das refeições.

Numa das ligações um detento disse que eles solicitavam a presença dos Direitos Humanos, de um magistrado para que ocorresse a negociação de suas reivindicações. “Não somos animais para ser tratados assim. Caso não entrem em acordo com a gente começaremos a matar tarados, estupradores”, desabafou um dos detentos. Outro disse foi ateado fogo em algumas celas, a exemplo da 1 e a 18 e que havia muita quebradeira.Um dos alvos dos detentos seria o vice-diretor do Presídio, Leandro, que viria cometendo a prática de tortura.

O estopim das reclamações dos presidiários aconteceu hoje, porém foi anunciado desde a semana passada e hoje um dos presos ligou para uma emissora local para falar da humilhação que eles estavam passando. A direção teria feito um pente fino, quando soube da ligação para a rádio e o clima ficou insustentável.

O secretário de Administração Penitenciária do Estado, Valber Virgulino, disse que o que ma rebelião teria sido orquestrado por cinco detentos que haviam sido transferidos do Serrotão (Campina Grande) para Patos.

Houve muita confusão na porta de entrada do Presídio Romero Nóbrega na noite desta segunda-feira 25. Muitos familiares dos apenados queriam informações sobre a situação interna, chegaram a chutar as viaturas da PM que chegavam. Em determinado momento policiais chegara a efetuar disparos para o alto para afastar os manifestantes.

Viaturas do Corpo de Bombeiros, Samu e até um carro-pipa foram acionados. Os familiares de plantão em frente ao Presídio demonstravam muita apreensão por não ter notícias de seus parentes presos. Muitas viaturas da PM entravam e saiam a todo instante. O comandante do III BPM, Ten.Cel. Cunha Rolim, pediu calma ao pessoal e avisou que o clima estava tranquilo, que havia pessoal de igrejas, e que estavam aguardando a chegada do juízes de execuções criminais, da OAB (Alexandre Nunes), dos direitos humanos para discutir uma solução para o problema.

Muitos comentários, alguns passados de dentro do Presídio, davam contas que havia mortos no interior. Um ex-agente da Civil, que estava com um rádio-escuta com os da Polícia, afirmou que seis presos teriam sido executados por inimigos, citando os de alcunhas: Tambor, Suélio e Bruxo. Mas a PM não emitiu nenhuma nota até o fechamento dessa matéria. Outra informação é de que houve mutilação de corpos, com mãos tendo sido decepadas e jogadas no pátio, local em que os presos tomam banho de sol.

O Comando da PM deve dar entrevista na manhã desta terça-feira, onde passará as informações corretas, um balanço geral do que ocorreu no Romero Nóbrega, que desde sua inauguração, em setembro de 2007, sempre teve número de presos bem superior à sua capacidade que na época seria para 211 apenados.

Uma reclamação constante de familiares que permanecem nesse momento em frente ao Presídio é de que vários presos já haviam cumprido pena e permaneciam encarcerados por que a burocracia da Justiça não caminhava, não olhava para eles.


Marcos Eugênio


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