IARA DA SILVA MACHADO
O ser humano é um complexo emaranhado de elementos constitutivos desde o dado, passando pelo apropriado e a autodeterminação. O dado compreende a natureza, a herança e as potencialidades que amadurecerão, refere-se ao inato ou co-natural, isto é, ao nascimento com o próprio sujeito. O dado manifesta-se e atualiza-se em diálogos com o mundo, ou seja, em função do que o mundo propõe e apresenta. O apropriado é o assimilado pelo eu do que não é o eu (não-eu), portanto, é o aprendido, é o adquirido, faz vínculo com o ambiente, com os valores, cultura, tendo impacto na organização da personalidade. A autodeterminação é o fator característico da livre vontade da pessoa. A personalidade constitui-se a partir da espontaneidade natural possibilitada pelo dado e pela escolha no âmbito das oportunidades com que a pessoa interage.
Esse duplo âmbito do exterior (apropriado) e do interior (dado), juntamente com a possibilidade de autodeterminação, vai construindo o estilo da pessoa.
Com esse preâmbulo estruturado pelo estudo do desenvolvimento da personalidade da Griffa & Moreno pelo viés delineador do pensamento do Viktor Frankl encontramos uma das chaves para a compreensão da psicologia humana, tendo em vista a variedade de possibilidades de formação da mente.
Vivemos um desafio singular e perene no processo de educação dos filhos contemporâneos, sobre a manutenção de valores, crenças e atitudes familiares apesar da pressão de uma nova formatação para atender nem sempre de modo consensual à demanda dos apelos sociais.
Fazer a dosagem “adequada” a cada dinâmica familiar do permitido e proibido; do lícito e do ilícito; do não e do sim está cada vez mais indagador, pois que posturas de gerações anteriores não servem para modelar o diálogo atual sem que haja possibilidades de conflitos e perdas emocionais.
A proposta é contribuir de modo cada vez mais consciente entre esses caminhos do dado, apropriado e autodeterminado para que essa geração atual possa desenvolver a faculdade da herança individual, que constitui a herança do ser espiritual, sugerida pelo Viktor Frankl, mesmo que vivendo no social essa manifestação não seja completamente “limpa”, pois que sempre há o processo interativo, portanto do “não-eu” na formação dos eixos de convivência humana, favorecer essa manifestação da alma pode facilitar a depuração dos vínculos parentais, pois que poderão intervir numa visão de mundo além da matéria e do intelecto assumindo uma leitura transpessoal do ser, ou seja, o seu campo de visão biopsicosocioespiritual.
Acreditamos que a percepção da saúde quântica apreendida pelo código multidimensional da biologia, fisiologia, pedagogia, psicologia, sociologia, cosmologia e ciências afins poderá favorecer a saúde integral do ser humano, pois que com os avanços da ciência genética, que nos traz informação através de geneticistas do comportamento, que decodificaram dentre os 35 mil pares de genes no DNA humano, o Gene de Deus: VMAD2, ampliando o conceito de Deus para além da teologia, inserindo-o na hereditariedade. Pontuando que a crença em Deus é um fenômeno natural e a não crença em Deus um fenômeno sociológico.
Essas descobertas da ciência propõem uma reformulação na ação humana de educar um filho. Não mais pela imposição de uma tradição, quaisquer que seja, mas informando aos filhos sua natureza para que o dado, o apropriado e a autodeterminação dessa pessoa passe pela verdade de instrução da personalidade e daí para a ampliação do apreendido pela individualidade.
Os vínculos parentais e o desenvolvimento social são janelas próximas da unidade se os pais e os filhos se propuserem a olhar um pouco além das dimensões materiais que circundam as suas casas, e queiram ver acima, abaixo e dos lados o quanto de aprendizado nos espera paciente e amorosamente, assim ampliando o potencial da nossa qualidade de vida.
Publlicada simultaneamente com o pbnoticias.com
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