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quarta-feira, 26 de junho de 2013

SÃO JOÃO DE POUCO FORRÓ E MUITA VAIA

Em primeiro lugar vai a pergunta: quem foi o assessor inteligente que aconselhou a prefeita Francisca Mota a subir no palco principal na abertura do São João, e ainda por cima tentar proferir um discurso?
Quem tem um  assessor desses, naturalmente, não precisa de adversários.
Ora, amigos, fácil de raciocinar. Se o São João havia sido privatizado, se foi entregue à iniciativa privada e ainda mais: se havia uma gritante manifestação contrária aos moldes como foi idealizado, por que cargas d’água, a prefeita ir de encontro a insatisfação popular? Foi uma ideia de jerico, indubitavelmente. A vaia que recebeu, foi o fruto da ousadia.
Acontece que a  resolução que seria louvável de passar os festejos para a iniciativa privada, feita do pé pra cabeça, não teve o resultado que todos desejavam. A mensagem enviada de “afogadilho” à Câmara, já deixava transparecer que a coisa iria “feder”, no decorrer da festa.
Há a considerar vários pontos durante todo o processo, que iriam, com certeza, dar “com os burros n’água, alimentando a revolta popular que  induziu às  vaias:
1º - A subserviência da Câmara aos projetos da prefeitura, impediu que os senhores vereadores analisassem com critério o que a matéria dispunha, examinando e discutindo ponto por ponto, inclusive as modificações que poderiam acontecer, tais como na entrada de isopores, construção de um  imenso camarote para os mais aquinhoados, bebida comprada apenas aos patrocinadores, diminuição no número de vendedores ambulantes, a tal de área vip, dentre outros. Alguns, agora, tentando tapar o “sol com a peneira”, desperdiçam falatório, alegando que vão pedir prestações de contas, fazem denúncias. Na verdade, depois da Lei aprovada sem discursão, “morreu Maria Préa”, não há mais conserto.
2º  - Quando a matéria foi enviada à Câmara, há indícios de que tudo já estaria acertado, aí envolvendo firmas escolhidas – não ficou claro se houve licitação, com publicação antecipada de editais como manda a Lei –  bem como o modo de fazerem as coisas;
3º - Outro ponto que causa espécie, é a contratação de uma firma promotora de Brasília, totalmente desconhecida, sem que a Câmara se interessasse em saber se, de fato, tal promotora tinha experiência com eventos, se já havia realizado festas deste porte, e o por que de vir de tão longe, em detrimento das firmas do ramo estabelecidas no Estado ou no Nordeste, já que festa junina, que é genuinamente nordestina, há de se convir que, sendo a promotora da região, muito mais condições teria de realiza-la;
4ª – Se se queria entregar à patoenses Agitus a realização das festas, por que então não contratá-la logo, ao invés de se fazer uma viagem de três mil quilômetros para descobri-la. E, que mal haveria em contratá-la diretamente, sem esse “toque de arrodeio”? Ora, não há lei nenhuma que impeça que uma firma local patrocine o torneio. Cajazeiras faz isso com um empresário local em seus carnavais, e tudo corre às mil maravilhas, às claras, com transparência, sem subterfúgio. Até porque, não são todas as empresas comerciais locais aptas a  prestarem tais serviços, o que daria a ela o status de exclusiva. Aliás, a Agitus, oficialmente ou não, já vinha emprestando sua experiências em festas anteriores, promovidas pela própria Prefeitura. Mesmo tendo parentesco indireto com o ex-prefeito Nabor e se tudo fosse feito legalmente e com transparência, nada se  teria a contestar. Melhor até seria que os lucros oficialmente contabilizados ficassem em mãos de conterrâneos nossos. Na verdade, não entendi, até agora, o por que de não se ter dado logo de início a primazia à Agitus, evitando assim comentários maldosos que ocorrem sempre que fatos dessa natureza ocorram. È bem verdade que, no que pesem as reclamações, algumas delas é bom que se diga, orquestradas pelos adeptos do “quanto pior melhor”, o público, sobretudo o mais jovem, adorou as atrações contratadas por quem quer que tenham sido feitas. Chicletes com Banana, Aviões Sem Forró, Tom e Jerry, Leo Magalhães, Batman e Robin, Garota Safada, Tarzan e Chita, Gabriel Gava, Vicente Celestino e Gilda de Abreu e coisas que os valham e mais um ou dois “pés de serra” locais, são o bastante para que a moçada se divirta, numa prova cabal de que o nosso São João pode ser realizado em qualquer época e não prioritariamente no mês de junho.
De agora em diante, no entanto,  além do impagável Nego Pinto, na abertura, deva-se acrescentar as vaias para aqueles que quiserem usar do recinto que é de festa promovida por particulares, para proferirem discursos políticos fora de época. O povão já deu o recado.
José Augusto Longo

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