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| Foto:http://www.diariodoaco.com.br/noticias.aspx?cd=61090 |
Escrito pelo Dr. Inácio Andrade Torres*
"A revalidação automática ou facilitada de diplomas de médicos estrangeiros ou brasileiros formados no exterior (principalmente na Bolívia, Argentina e Cuba), caso ocorra, não será um fator automático de redução das desigualdades de distribuição de médicos no Brasil". Essa é uma das previsões do estudo, que analisou dados inéditos sobre a presença de portadores de diplomas obtidos no exterior, em atividade no país. Essa investigação constatou que a concentração desses profisssonais é bem maior na região sudeste (eixo São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais), exatamente onde há maior presença de médicos.
Essa tendência contrapõe-se ao argumento defendido pelo governo que insiste em dizer que esse contingente assumirá os postos nos denominados vazios assistenciais. Quem estudou Saúde Pública Brasileira, sabe que ensaios de interiorização das quatorze categorias de trabalhadores da saúde nesse país, têm sido manifestados, há tempo, através de programas, como o Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS de 1976), Programa de Interiorização dos Trabalho em Saúde (PITS de 2001) e mais recentemente Programa de Valorização da Atenção Básica (PROVAB de setembro de 2011).
Mas, o que falta de verdade? a resposta é simples. Faltam uma atitude de coragem e uma vontade política, que realmente ofereça a esses trabalhadores: segurança para eles e seus familiares, meios operacionais adequados para o exercício da profissão, firmeza de contratos com vínculo empregatício sólido, concursos justos e com notoriedade, enfim condição digna para trabalhar e viver.
Sem isso, continuaremos - com raríssimas exceções - construindo um sistema de saúde cientificamente questionável, eficientemente duvidoso, socialmente caótico, porém grandemente rentável para aqueles que somente desejam o poder.
Dr. Inácio Andrade Torres – é cirurgião buco facial, estomatologista, sanitarista e educador com atuação em Cajazeiras, PB.
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