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segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Menor delinqüente


Ele praticou seu primeiro furto aos cinco anos de idade, um carrinho de brinquedo. Hoje, aos 13 anos, vem colecionando passagens pela Polícia. Só este ano, segundo o delegado Manoel Martins, foram sete queixas contra M. F.G, natural de João Pessoa, mas que veio para Patos com um ano de idade, junto com sua família, hoje residindo no Bairro Malvinas, Teixeira-PB.
Tranqüilo, passando todas as informações ao delegado sobre seu último roubo, um celular, aliás, objeto preferido nas suas ações pela facilidade de venda, demonstra familiaridade com a praxe policial, chegando a entrar em outros assuntos sobre homicídios, dizendo conhecer as vítimas assassinadas recentemente em Patos. Com uma infância conturbada pela falta de estrutura familiar, M.F.G foi solto do Centro Educacional do Adolescente (CEA) de Sousa-PB há oito dias, onde passou aproximadamente seis meses, segundo o próprio, tudo em decorrência do grande número de furtos por ele praticado.
Nesse segundo encontro com o Garimpando Palavras na 5ª Superintendência de Polícia Civil, de short, camiseta e descalço, disse que sua rotina no CEA era de muitas atividades, com aulas de artes, música, esportes. Mesmo contra sua vontade, o menor deverá voltar para esse centro de reabilitação. O delegado Manoel Martins vai entregar seu caso à Promotoria, que poderá optar por uma nova internação naquela instituição de Sousa. O Conselho Tutelar de Patos diz que não adianta entregá-lo à família, que não tem controle sobre os atos do menor, bastante conhecido dos conselheiros. Mesmo residindo em Teixeira, seu cotidiano é em Patos. Aponta como local de permanência, a casa de uma tia sua, na Rua do Meio, Bairro liberdade.
Perguntamos se não temia ser morto durante a prática de furtos. Ficou pensativo e se mostrou um pouco assustado com essa possibilidade. Mas a vida segue e M.F.G é mais um dos muitos menores vítimas de falta de orientação, de uma família bem estruturada e de políticas públicas eficazes. Basta ver na periferia a quantidade de crianças que servem ao tráfico, a maioria vendendo drogas para alimentar seu próprio vício. O alucinógeno da vez é o crack, que ganha mercado consumidor de forma assustadora. Na maioria das apreensões feitas pela Polícia local sempre as pedrinhas aparecem em evidência.

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