O
sociólogo e professor na Newcastle University da Inglaterra, José Esteban
Castro esteve pela primeira no Sertão paraibano conduzindo seminário e curso na
cidade de Patos. Apesar de ter sido sua nona passagem pela Paraíba, esta foi a
primeira vez no Sertão, trazido pela UEPB, através do Projeto Univer-Cidade.
A programação de Esteban em Patos começou na segunda-feira 8 no
auditório do Sebrae, com um seminário “Água, Saúde e Desenvolvimento do Semiárido”, que contou com a participação de 100 pessoas, 30 delas
secretários municipais. Apesar da importância do tema para as cidades, nenhum
prefeito compareceu para tratar desse assunto de suma importância para a saúde
pública.
Considerado a maior autoridade nos
estudos sobre água, coordenador da Rede
Waterlat, que articula todas as comunidades de pesquisas que
trabalham com a questão da água ou dos conflitos por ela, Esteban também ministrou
um curso tratando de questões ambientais, políticas, sociais e de saúde com
foco na água, numa promoção da UEPB. Houve participação de alunos de várias
universidades, da iniciação científica, Pós-Graduação, profissionais de saúde
da Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco.
De
acordo com o Pró-Reitor Adjunto de Pós-Graduação e Pesquisa da UEPB, Cidoval
Morais, o curso ministrado por Esteban trabalhou três eixos, sendo o primeiro
sobre a água e saúde pública, considerada um bem essencial, direito de todos; o
segundo teve objetivo de trazer o enfoque para a ecologia política, um olhar
crítico e da determinação e envolvimento da sociedade nas políticas públicas
sobre água. “O terceiro eixo é a busca pela criação de uma massa crítica na
região para a construção de um programa de pós-graduação nessa temática, água e
saúde pública”, completou Cidoval.
Ele
comentou que o semiárido atravessa um período de escassez, mas não de falta de
água, e sim problemas de distribuição, acrescentando que a forma como ela vem
sendo distribuída hoje coloca em risco a saúde da população.
O
Pró-Reitor falou dos desafios a partir dessa capacitação com Esteban Castro.
Listou como o primeiro é a ampliação da discussão em torno do uso de
componentes químicos, a exemplo dos usados em campanhas de combate ao mosquito
Aedes, que vem sendo associado ao crescimento de incidência de câncer; melhorar
a distribuição e qualidade da água; políticas de enfrentamento às estiagens
mais sustentáveis.
“A partir desse curso temos muitos desafios. Esse curso nos ensina a
pensar o planejamento governamental. Ele também nos ajuda a ter uma visão
diferente da saúde pública, por que só temos uma visão curativa. Não queremos
discutir doença e sim sua prevenção”, explicou. Acrescentou que houve interesse
do professor da Newcastle de vir mais vezes para ampliar o debate em torno do
tema água, bem precioso e do qual o sociólogo conhece profundamente os
problemas, consequências de seu uso inadequado. Por fim agradeceu o apoio da 6ª
Gerência Regional de Saúde, sem qual, na mobilização dos municípios, o seminário
não teria alcançado êxito.
Marcos Eugênio
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