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sábado, 27 de setembro de 2014

Liga Pela Paz: Educadores da rede estadual trabalham painel das emoções

Elaine, ao centro, hoje é mais comunicativa e capricha mais nas tarefas.






 “Perceber as sensações desde criança é muito importante, pois ela saberá distinguir sensações agradáveis ou não, saber que o que é agradável pra uns nem sempre é pra outros”. (Maria Lucia Pereira da Silva –  professora da EEEF Prof. Nestor Antunes de Santa Cruz)

Todos os educadores e educandos da rede estadual de ensino, do 1º ao 5º ano, estão vivenciando um novo e importante desafio: mudar a história de relacionamento em sala de aula, que garanta paz, interatividade e ganhos na aprendizagem. Essa proposta está sendo possível em 139 municípios paraibanos a partir da implantação da metodologia Liga pela Paz, que foi abraçada pela Secretaria de Estado de Educação da Paraíba.

Os gestores já estão percebendo as mudanças positivas advindas desse novo método que faz da emoção um laboratório para mudanças de hábitos e comportamento, no despertar para o verdadeiro sentido da educação e da cidadania.

Para a educadora Marcedônia Oliveira Alves, da EEEF Francisco Campos, de João Pessoa, trabalhar com emoções é um desafio diário na rotina do professor em sala de aula. Ela elogia o conteúdo do material pedagógico e lembra uma historinha compartilhada com os alunos, “A Liga Pela Paz e o Mistério das Emoções Sequestradas”, uma reflexão sobre como seria se não houvesse o medo, a tristeza, o amor e como viver sentimentos comuns a todos, mas que às vezes limitam nossas ações.

Pela metodologia Liga Pela Paz os educadores utilizam uma estrutura de aula com conteúdos sugestivos que facilitam maior aprendizagem do aluno. Uma das primeiras práticas em sala de aula é o “Painel das Emoções”, confeccionado pelos próprios alunos e professores. No painel constam os nomes de todos os alunos da sala, seguidos de um bolso em que é colocada uma “ficha rostinho”. Estas são pequenos desenhos de carinhas alegres, tristes, raivosas, ciumentas, medrosas etc. Deste modo, logo no início das aulas de Educação Emocional e Social, os alunos são convidados a pensarem como estão se sentindo no dia e sinalizar isto aos colegas.

Para a professora Morgana Farias de Luna, da EEEF Augusto Severo, da cidade de Cabedelo, o painel das emoções ajudará bastante a desenvolver no aluno a capacidade de reconhecer suas emoções, como também a dos colegas, para que possa refletir como está se sentindo e compreender a emoção do companheiro naquele momento.

Esta prática, além de apresentar e nomear as emoções aos alunos, aumentando seu vocabulário emocional, estimula o reconhecimento das emoções em si mesmos e nos colegas de sala. É um recurso pedagógico versátil que também pode ser utilizado nas aulas regulares sinalizando ao professor sobre o estado emocional de seus alunos.

Nessa atividade o educando desenvolverá habilidades de autoconhecimento através dos estados emocionais, compreendendo assim seus próprios conflitos internos e externos. Entenderá um pouco do universo que o cerca”, explicou Adília Célia Nobre, educadora da escola Cônego Cartaxo Rolim, de Sousa.

Gradualmente o vocabulário emocional dos educandos tem aumentado, conferindo-lhes a capacidade de nomear e saber o que estão sentindo com mais clareza e tema das emoções ganha mais espaço para ser trabalhado no ambiente escolar.

Para os professores envolvidos com a Liga Pela Paz, essa metodologia, que trabalha a emoção na busca pela descoberta das próprias emoções, tem contribuído bastante para que se tenha uma comunidade escolar sadia e harmoniosa, com mais tolerância, diálogo e respeito mútuo, fatores primordiais para se atingir a paz almejada e maior desenvolvimento educacional. “O trabalho da Liga pela Paz faz com que haja uma maior harmonia entre as crianças, resgatando os valores para uma boa convivência, fato de grande importância”, é o que pensa a educadora Heliana Medeiros de Morais Santos, do Conselho Escolar Dom Expedito Eduardo de Oliveira, de Patos.

O painel das emoções vem permitindo aos alunos se expressarem mais abertamente. Como é uma atividade que acontece às sextas-feiras, muitos educandos chegam a sugerir a antecipação desse momento, segundo coloca a professora Maria do Socorro Estevam, do 4º ano da EEEF Professora Maria Nunes, da cidade de Patos. Renaura Alves de Carvalho, mãe da aluna Elaine Alves, diz que sua filha, a partir do exercício do painel das emoções tornou-se mais comunicativa e alegre. “Ela hoje gosta mais da escola, está mais atenta e capricha nas tarefas”, comentou.  Já Elaine enfatiza que durante a confecção do painel, “além de recortar e pintar carinhas a gente diz como está se sentindo naquele momento”.

Marcos Eugênio

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