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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Médicos do programa Mais Médicos recebem treinamento em Patos sobre doenças causadas pelo Aedes aegypti





Rodolfo Dantas


Aconteceu nesta quinta-feira 28 no auditório da 6ª Gerência Regional de Saúde, um treinamento destinado aos médicos do programa Mais Médicos da 3ª macrorregião, que envolve municípios das regiões de Patos, Princesa Isabel e Piancó. Na pauta o mosquito Aedes aegypti e as doenças por ele transmitidas.

O médico infectologista Rodolfo Dantas foi convidado para essa atualização de conhecimentos a serem aplicados na atenção básica pelas equipes de saúde, enfocando tipos de vírus e doenças associadas, sintomatologia, notificação e tratamento. A prevenção é outro tema, abordado pela coordenadora de epidemiologia da 6ª Gerência, Marivalda Xavier, que apresentou números atuais de notificações de dengue, microcefalia, hoje uma das maiores preocupações no mundo, doença está associada ao Zika Vírus, transmitido pelo Aedes.

O infectologista Rodolfo explica esse treinamento é de grande importância para os médicos enfrentarem crises na saúde que estão por vir. Diz o Brasil de uma hora pra outra se viu cercado por várias doenças novas, como zika, chikungunya e ainda combatendo uma antiga, a dengue, os efeitos que estão acontecendo nas mulheres grávidas e outros que ainda serão descobertas sua associação ao mosquito Aedes.

“Existem mais de dez doenças que podem ser transmitidas pelo mesmo mosquito e que estão causando surtos em outras regiões do mundo, como Austrália, no continente asiático e que têm uma facilidade muito grande de chegar ao Brasil. Basta lembrar que este ano temos Olimpíadas no Rio de Janeiro e o país receberá muita gente de fora. Uma pessoa que pegue uma doença no Japão em menos de 24 horas traz para cá sem sequer saber”, exemplifica Rodolfo, acrescentando ser muito importante os profissionais de saúde ter essa consciência da chegada de doenças novas e de como combatê-las para diminuir o dano à população.

Vencer a guerra contra o mosquito, para o infectologista, é necessário que a população esteja atenta à sua casa, denunciado focos, acabando com os criadouros do mosquito, vedando bem as caixas de água. Ele comenta que uma nova abordagem vem sendo feita em relação às pessoas doentes, vítimas do Aedes, e que são focos de infecção para os mosquitos que não possuem ainda o vírus. Elas são orientadas a tomarem cuidados como uso de camisa manga compridas, repelentes, para evitar que sejam também foco de transmissão para outras pessoas.

Além da microcefalia, já comprovada sua associação ao zika vírus, outras complicações, em proporção menor, estão sendo investigadas para saber sua relação com zika. É o caso da artrogripose, quando a criança nasce com as articulações coladas, sem movimento; cegueira e surdez, em grande quantidade, que estão sendo investigados. “Não existe nada de concreto com relação a essas suspeitas, porém não custa nada fazer a prevenção”, comentou o infectologista.

A coordenadora de epidemiologia da 6ª GRS, Marivalda Xavier, explicou que o índice de infestação do Aedes é elevado em todos os municípios, principalmente decorrente das últimas chuvas, quando os ovos do mosquito têm os meios ideais para eclodirem. Enfatizou a importância das pessoas que tiverem sintomas de dengue procurar as unidades de saúde para que haja notificação, pois são elas que vão acusar se no referido município está ocorrendo casos de transmissão da doença e assim possam ocorrer ações mais intensas por parte dos órgãos de saúde. “A 6ª Gerência está com mais de 400 notificações de casos suspeitos de dengue em investigação e estamos esperando os resultados de laboratório para sabermos quais as doenças existentes, dengue, chikungunya ou a zika dentro dos municípios pela transmissão do Aedes”, informou.

Todas as confirmações dessas doenças só podem ser feitas pelo Lacen, cada estado tem o seu, que é credenciado pelo Ministério da Saúde. O Laboratório Central da Paraíba no momento faz exame somente de dengue, mas se houver a necessidade de avaliar sintomatologia para chikungunya, o Estado é responsável para enviar para o laboratório cuja referência é o Pará. Caso seja para zika, pode ser feito no Lacen de Recife, Bahia, Rio de Janeiro.


Marcos Eugênio (Assessoria 6ª GRS)


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