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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Saúde

TRAUMA: O MELHOR REMÉDIO É A PREVENÇÃO

Allan Martins
Por Allan Martins Ferreira*

No Brasil e na quase totalidade dos outros países, o trauma é a principal causa de morte envolvendo jovens. Cerca de 100.000 brasileiros morrem por ano em conseqüência de acidentes, e estima-se de 4 a 5 vítimas com seqüelas para cada óbito. Muitas lesões nas vítimas são evidentes e permitem iniciar o tratamento rapidamente, outras, nem sempre são evidentes e a identificação tardia pode ser fatal. Estabelecer uma rotina de prioridades no atendimento de urgência à vítima é fundamental para garantir maiores chances de sobrevida e diminuir seqüelas.
A questão do trauma se agrava no Brasil em decorrência de problemas como acidentes de trânsito, violência, entre outros. O saldo a cada ano é de 150.000 mortes violentas, além de uma legião de centenas de milhares de vítimas com seqüelas físicas permanentes. Nos Hospitais, Prontos Socorros e Unidades Básicas de Saúde, as urgências e emergências crescem assustadamente e a estrutura de Atendimento Hospitalar e Pré-hospitalar nem sempre responde adequadamente às necessidades dos cidadãos.
Anualmente cerca de R$ 9 bilhões são destinados ao atendimento de trauma, quase um terço do que é investido em saúde pública no país. Só para ter uma idéia de distorção que a falta de uma política competente de prevenção e assistência ao trauma representa, estudos indicam que uma vítima grave de acidente automobilístico custa ao sistema público cerca de R$ 100 mil, enquanto que a destinação per capita de recursos à saúde gira em torno de R$ 300.
O trauma é atualmente a 3ª causa morte no mundo, só perdendo para as doenças cardiovasculares, que é a 1ª causa morte, e o câncer que é a 2ª. Porém no Brasil a situação é mais grave, pois o trauma fica em 2º lugar nas causas morte, superando até o câncer, com 130 mil mortes por ano ou 10.800 (dez mil e oitocentas) mortes por mês ou 360 mortes por dia ou 15 mortes por hora ou ainda 2,5 mortes para cada 10 minutos.
No período carnavalesco os índices de trauma triplicam, visto que algumas das combinações feitas pelos jovens terminam em tragédias, como o uso de álcool e entorpecentes, assim como o risco evidenciado por dirigir sob efeito de bebida alcoólica em rodovias superlotadas e movimentadas, decorrente do período supracitado.
Logo, faz-se necessário saber que o trauma não é acidente! Trauma é uma doença, que tem epidemiologia, fisiopatologia, morbidade e mortalidade conhecidas. Seu tratamento é complexo e requer desse modo uma assistência muito distinta. É importante que todos os profissionais de saúde, principalmente enfermeiros, possam repensar pontos fundamentais de prevenção daquele que é um dos grandes problemas de saúde pública no Brasil, o trauma.


*Enfermeiro, Especialista em Urgência e Emergência, Plantonista do Pronto Atendimento do HR de Patos, Supervisor de Estágios de Urgência e Emergência das Faculdades Integradas de Patos – FIP.

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