“A princípio o objetivo não era matar o modelo, mas deixá-lo deficiente
e infértil”. A revelação foi feita por Mateus Alves da Silva, participante da
morte do modelo Dalmi Barbosa Filho, durante entrevista exclusiva ao repórter
Emerson Machado, TV Correio. Após o assassinato, os executores foram à Praia do
Seixas tomar cerveja.
Ana Paula concedeu entrevista, negou ser a mandante do crime e garantiu
que não era homossexual.
De acordo
com Mateus, a morte do jovem começou a ser planejada em agosto de 2012, quando
Ana Paula – que à época mantinha um relacionamento com Dalmi – teve um
desentendimento por motivo desconhecido.
O acusado
disse, durante entrevista de cerca de 10 minutos, que Ana Paula o procurou
dizendo que tinha um ‘serviço’ para ele e isso quitaria o débito de R$ 400.
Mateus teria contraído a dívida para pagamento de pensão alimentícia e de uma
fatura do cartão de crédito. “Eu tenho uma filha fora do casamento e estava sendo
pressionando para pagar a pensão da menina. Daí, peguei o dinheiro com ela,
paguei a pensão e o restante comprei móveis”, disse.
Plano do crime
Dados sobre lugares que o jovem frequentava foram levantados e Ana
Paula, de acordo com Mateus, começou a planejar o crime.
Segundo Mateus Alves, a ideia inicial de Ana Paula era surrá-lo,
deixá-lo infértil e deficiente. “Ela não queria que o modelo morresse, logo no
início. Apenas que ele fosse atingido por um tiro na perna e outro nos
testículos, para ele não ter mais filho”.
Dois dias antes da morte de Dalmi Barbosa, Ana Paula teria feito uma
reunião em um shopping da Capital e mostrado fotos do alvo. “A gente foi a um
shopping no bairro dos Bancários e ela nos mostrou uma foto impressa do modelo
e outras do Facebook”, comentou o acusado.
Execução
Após os criminosos saírem do shopping, eles foram até Santa Rita pôr em
prática o plano. Porém, eles não encontram Dalmi. “Três dias antes da morte de
Dalmi, isso uma quarta-feira, fomos lá em Santa Rita, andamos por várias ruas,
mas não o encontramos. Na sexta-feira, voltamos em Santa Rita e nada. No
sábado, fomos até a academia onde ele malhava e eu entrei no local e visualizei
o rapaz”, disse.
Ainda durante a entrevista, Mateus Alves disse que ele e seu comparsa
Júlio César 'Adauto' lancharam e ficaram por cerca de 40 minutos esperando que
o jovem saísse da academia para, em seguida, assassiná-lo. “Durante 40
minutos, eu e Adauto ficamos em uma lanchonete esperando pelo rapaz. Quando a
gente o avistou, interceptamos e anunciamos o assalto. Em seguida, Adauto deu
três tiros nele e saímos em alta velocidade”.
Após o
assassinato, Mateus e Adauto deixaram o carro utilizado no crime que pertence a
Ana Paula e foram para a praia dos Seixas, na Capital. “Eu e Adauto fomos tomar
uma cerveja nos Seixas e ficamos por lá até tarde”.
portalcorreio