Autoestima - uma leitura saudável para começar bem
o seu dia!
Inácio A. Torres
Os dicionários definem avareza como sendo um
excessivo e sórdido apego ao dinheiro, uma falta de generosidade, mesquinhez.
Aos adeptos da avareza, dar-se dentre outras, as seguintes denominações: avarento,
amarrado, fominha, esganado, migalheiro, mesquinho, miserável, pão-duro,
sovina, unha de fome, seguro, mão de vaca, forra-gaitas.
Nas aulas de catecismo com o Padre Carlos,
aprendemos que pecado é toda transgressão de um preceito religioso, uma culpa,
uma crueldade, um vício, enfim tudo aquilo que fere ensinamentos e bons
costumes cristãos. Após essa introdução, calmamente ele ia explicando os tipos
de pecados: mortal, venial, original até que chegava aos pecados capitais.
Confesso que gostava dessas aulas. No conteúdo,
elas traziam uma mensagem que nos faziam pensar sobre o bem e o mal,
conduziam-nos a uma investigação geral sobre aquilo que é bom. Na sua
explanação o professor se preocupava com a evolução espiritual de seus alunos e
com a perfeição do ser humano. Hoje, apesar de considerar que pecado é algo
subjetivo, e que depende muito do conceito embutido na cabeça de cada ser
humano, sobretudo do seu EU, o EU gestor de atitudes, gestos e atos e do
psiquismo, não me atrevo a contestar os ensinamentos de meu velho professor de
religião.
Ele contava que os pecados capitais foram
catalogados na idade média, constituindo-se em um dos grandes legados da igreja
católica medieval. E para facilitar a aprendizagem, citava-os em ordem
alfabética: avareza, gula, inveja, ira, luxúria, orgulho e preguiça, resumindo
cada um mais ou menos nessas palavras.
Avareza é apego exagerado ao dinheiro, aos bens
materiais e riquezas. A gula é a deseducação alimentar, comer só por prazer,
sem limites. A Inveja dificulta o sucesso humano e quase todo invejoso é
infeliz. A ira é a raiva contra alguém, é o culto a vingança e um veneno para o
cérebro, na medida em que desorienta as pessoas. Luxúria é a permissividade do
sexo, a banalização da sexualidade e da sensualidade. Orgulho é preocupação
excessiva com a aparência visando conquistar e ser admirado pelos outros. E,
por último, a preguiça, que é a negligência e a ausência de vontade que
conduzem ao autoabandono e desleixo.
De todos esses pecados, em nossa opinião, a avareza
talvez seja um dos mais prejudiciais aos humanos. O avarento é um sofredor. É
um ser que se deixa consumir pelo egoísmo e pela ânsia de sempre querer ter
mais. Com isso, acaba não vivendo e nem deixando aqueles que lhe estão mais
próximos viver. Afasta-se de sentimento nobres para vivenciar cotidianamente
uma concorrência consigo mesmo. Imagine com os outros!?
A justa norma ensina: não se deve valorizar o homem
pelo que tem, mas pelo que ele é. O invejoso, por não ser capaz de fazer essa
avaliação, também é incapaz de interpretar as reflexões bíblicas e de grandes
pensadores. E essa sua incompetência provém de sua ambição... uma ambição que
lhe enfraquece a visão tornando-a turva. Uma ambição que transforma o avarento
em um ente cegamente apaixonado pela usura, esquecendo-se, por viver mergulhado
em um mar de vagas aspirações e delírios que, às vezes, perdendo-se também se
ganha.
Prestemos atenção nesse ensinamento bíblico:
“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a
terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas
ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde
ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará
também o teu coração. São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem
bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo
o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas,
que grandes trevas serão! Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de
aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro.
Não podeis servir a Deus e às riquezas.

Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa
vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao
que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do
que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em
celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós
muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode
acrescentar um côvado ao curso da sua vida? E por que andais ansiosos quanto ao
vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem
fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu
como qualquer deles.Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e
amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?
Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com
que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois
vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro
lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã
trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal” (Mateus, 6:19-34).
E, por fim, nesse pensamento atribuído ao Dalai
Lama:
“Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro,
depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no
futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente
nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca
tivessem vivido”.