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Rodolfo Dantas |
Aconteceu nesta quinta-feira 28 no
auditório da 6ª Gerência Regional de Saúde, um treinamento destinado aos
médicos do programa Mais Médicos da 3ª macrorregião, que envolve municípios das
regiões de Patos, Princesa Isabel e Piancó. Na pauta o mosquito Aedes aegypti e
as doenças por ele transmitidas.
O médico infectologista Rodolfo
Dantas foi convidado para essa atualização de conhecimentos a serem aplicados
na atenção básica pelas equipes de saúde, enfocando tipos de vírus e doenças
associadas, sintomatologia, notificação e tratamento. A prevenção é outro tema,
abordado pela coordenadora de epidemiologia da 6ª Gerência, Marivalda Xavier,
que apresentou números atuais de notificações de dengue, microcefalia, hoje uma
das maiores preocupações no mundo, doença está associada ao Zika Vírus,
transmitido pelo Aedes.
O infectologista
Rodolfo explica esse treinamento é de grande importância para os médicos
enfrentarem crises na saúde que estão por vir. Diz o Brasil de uma hora pra
outra se viu cercado por várias doenças novas, como zika, chikungunya e ainda
combatendo uma antiga, a dengue, os efeitos que estão acontecendo nas mulheres
grávidas e outros que ainda serão descobertas sua associação ao mosquito Aedes.
“Existem mais
de dez doenças que podem ser transmitidas pelo mesmo mosquito e que estão
causando surtos em outras regiões do mundo, como Austrália, no continente
asiático e que têm uma facilidade muito grande de chegar ao Brasil. Basta
lembrar que este ano temos Olimpíadas no Rio de Janeiro e o país receberá muita
gente de fora. Uma pessoa que pegue uma doença no Japão em menos de 24 horas traz
para cá sem sequer saber”, exemplifica Rodolfo, acrescentando ser muito
importante os profissionais de saúde ter essa consciência da chegada de doenças
novas e de como combatê-las para diminuir o dano à população.
Vencer a
guerra contra o mosquito, para o infectologista, é necessário que a população
esteja atenta à sua casa, denunciado focos, acabando com os criadouros do
mosquito, vedando bem as caixas de água. Ele comenta que uma nova abordagem vem
sendo feita em relação às pessoas doentes, vítimas do Aedes, e que são focos de
infecção para os mosquitos que não possuem ainda o vírus. Elas são orientadas a
tomarem cuidados como uso de camisa manga compridas, repelentes, para evitar
que sejam também foco de transmissão para outras pessoas.
Além da
microcefalia, já comprovada sua associação ao zika vírus, outras complicações,
em proporção menor, estão sendo investigadas para saber sua relação com zika. É
o caso da artrogripose, quando a criança nasce com as articulações coladas, sem
movimento; cegueira e surdez, em grande quantidade, que estão sendo
investigados. “Não existe nada de concreto com relação a essas suspeitas, porém
não custa nada fazer a prevenção”, comentou o infectologista.
A coordenadora
de epidemiologia da 6ª GRS, Marivalda Xavier, explicou que o índice de
infestação do Aedes é elevado em todos os municípios, principalmente decorrente
das últimas chuvas, quando os ovos do mosquito têm os meios ideais para eclodirem.
Enfatizou a importância das pessoas que tiverem sintomas de dengue procurar as
unidades de saúde para que haja notificação, pois são elas que vão acusar se no
referido município está ocorrendo casos de transmissão da doença e assim possam
ocorrer ações mais intensas por parte dos órgãos de saúde. “A 6ª Gerência está
com mais de 400 notificações de casos suspeitos de dengue em investigação e
estamos esperando os resultados de laboratório para sabermos quais as doenças
existentes, dengue, chikungunya ou a zika dentro dos municípios pela
transmissão do Aedes”, informou.
Todas as
confirmações dessas doenças só podem ser feitas pelo Lacen, cada estado tem o
seu, que é credenciado pelo Ministério da Saúde. O Laboratório Central da
Paraíba no momento faz exame somente de dengue, mas se houver a necessidade de
avaliar sintomatologia para chikungunya, o Estado é responsável para enviar
para o laboratório cuja referência é o Pará. Caso seja para zika, pode ser
feito no Lacen de Recife, Bahia, Rio de Janeiro.
Marcos Eugênio (Assessoria 6ª
GRS)