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terça-feira, 19 de outubro de 2010

PM de Patos liderava quadrilha de contrabando de cigarros em três estados



 Delegado Lima fala sobre a Operação Catenga


Marcos Eugênio (texto e fotos)

Na operação conjunta desencadeada na manhã desta terça-feira pela PF, PRF, PM e Receita Federal para cumprimento de 13 mandados de prisão e 16 de apreensão na PB, CE e RN, na operação denominada Catenga (lagartixa), três policiais militares de Patos figuram entre os acusados, sendo que um deles, cujo nome não revelado pelo delegado da PF, Paulo Henrique Lima, era o líder da quadrilha. Os outros dois PM’s serviam de batedores para facilitar a passagem da mercadoria (cigarros), fruto de roubo de carga ou de contrabando do Paraguai, que vinha de São Paulo e Paraná camuflada em caminhões carregados de frutas e verduras.
A mercadoria era levada para um sítio do líder do bando, sítio este que servia de como centro de distribuição de cigarros para diversos municípios no Sertão paraibano e dos estados vizinhos do CE e RN. Além de grande número de caixas de cigarros, a Operação Catenga, que faz referência ao apelido do policial, Lagartão, chefe da quadrilha, vários veículos, inclusive um Doblò, moto, caminhoneta, dentre outros, um patrimônio que não condiz com a renda dos acusados.

Segundo o delegado Lima, várias contas bancárias dos acusados foram bloqueadas. Boa parte desse patrimônio da quadrilha estava em nome de familiares, que serviam como espécie de “laranjas”. “Verificamos que algumas dessas pessoas, mesmo desempregadas, eram detentoras que chamaram atenção nas investigações”, explicou Lima. A justiça pediu o seqüestro de bens dos acusados e quebra de sigilo bancário deles ao Banco Central.

O PM que liderava o tráfico de cigarros de Patos para CE e RN não ficará detido em Patos, a exemplo dos outros onze detidos. A juíza encarregada do caso resolveu determinar sua transferência para um Batalhão da Capital devido o alto grau do envolvimento deste com esse crime na cidade de Patos. Os outros dois PM’s ficarão detidos no III BPM de Patos e os demais no Presídio, quando aguardarão o desenrolar do inquérito.

As investigações tiveram início há dois anos, após uma apreensão de cigarros na cidade de Pombal. Ao logo delas um fato chamou a atenção da PF: o patrimônio dos acusados. “Há policias com caminhonete importada, vários imóveis, que não condizem com sua renda. Toda a movimentação financeira está sendo levantada pela Receita Federal”, comentou Paulo Lima, responsável pela Delegacia da PF em Patos.

Boa parte do contrabando é comercializa em bancas nos mercados públicos de Patos e em diversas bancas da cidade. Sobre a apreensão de cigarros contrabandeados existentes nos mercados de Patos, Lima explicou que para apreendê-los seria necessário fechar dois quarteirões, algo inviável no momento.  

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