Inácio Andrade Torres – 07 de abril de 2010
Dia Mundial da Saúde
O Dia Mundial da Saúde, comemorado a 7 de Abril desde 1950, celebra a criação da Organização Mundial de Saúde/OMS, em 1948. Em cada ano, a OMS aproveita a ocasião para fomentar a consciência sobre alguns temas-chave relacionados com a saúde mundial. Neste sentido, organiza eventos a nível internacional, regional e local para promover o tema escolhido em matéria de saúde.
Em 2010, “Urbanismo e Saúde“, com a campanha “1000 cidades, 1000 vidas” é o tema escolhido pela Organização Mundial de Saúde para celebrar o 7 de abril.
Com a campanha “1000 Cidades, 1000 Vidas”, no âmbito do Urbanismo e Saúde, serão organizados eventos em todo o mundo, durante a semana de 7 a 11 de abril de 2010, em que as cidades serão convidadas a disponibilizar espaços para atividades de saúde. O tema deste ano destaca o efeito da urbanização sobre a saúde coletiva, a nível global, e para cada um de nós individualmente.
Os objetivos globais dessa a campanha estão assim configurados. 1000 Cidades: abrir espaços públicos para a saúde, quer se trate de atividades em parques, campanhas de limpeza ou fecho de vias a veículos motorizados; e 1000 Vidas: compilar 1000 histórias de campeões de saúde urbana, que tomaram medidas com impacto significativo na saúde das suas cidades.
Deve ser lembrado neste dia, que o coletivo não deve ser subestimado em favor do individual; e que saúde pública é mais que o somatório da saúde das pessoas. É instrumento para o desenvolvimento social e econômico e está intimamente relacionada com a paz, a educação, a cultura, a habitação e a justiça. De fato, como é relevante o alcance dos benefícios do saneamento ambiental!, principalmente para as populações mais despossuídas, mais carentes. Imaginemos, por exemplo, 36 milhões de pessoas que nunca foram ao cirurgião dentista, como indica pesquisa do IBGE, recebendo de forma correta e sistemática água com flúor.
Pensemos no imenso número de doentes que superlota as Unidades Básicas de Saúde da Família, na maioria das vezes, proveniente de áreas sem saneamento ambiental! Os dados da OMS indicam que nessas regiões a incidência anual de doenças diarréicas atinge cerca de um bilhão de pessoas e mais de 1,5 bilhão são infectadas por verminoses.
Na verdade o saneamento ambiental tem efeito imediato na redução dessas enfermidades ao romper o círculo vicioso que se estabelece quando o paciente é medicado e devolvido para o ambiente insalubre. Por outra parte, ao reduzir as filas nas Unidades de Saúde da Família e Centros de Saúde, o saneamento ambiental representa diminuição orçamentária no setor saúde, compensando, significativamente, esses investimentos.
No âmbito da Saúde Pública Brasileira, Saturnino de Brito e Oswaldo Cruz são dois ícones. São os profissionais que mais se destacaram nas primeiras reformas sanitárias acontecidas no Brasil, respectivamente, pela implantação dos serviços de água e esgotos, e pelas campanhas de vacinação, nas grandes cidades do litoral. Atualmente, são quase 180 mil trabalhadores envolvidos direta e indiretamente com saneamento ambiental que se destacam, pela grandeza de sua missão. A esse trabalho em prol da humanização em urbanização podemos denominar gesto de coragem para promover a saúde coletiva; e boa intenção no compromisso com a vida social saudável. Por outro lado, sem menor signficação, urbanização do ponto de vista científico é o estudo sistematizado e interdisciplinar da cidade e da questão urbana, e que inclui o conjunto de medidas técnicas, administrativas, econômicas e sociais necessárias ao desenvolvimento racional e humano delas.
Por fim, deve ser realçado, que o tema da OMS para este 7 de abril, tem um caráter elevado social-técnico-científico altamente afinado com grandes questões por que passa a vida - humana, animal e vegetal - no planeta, merecendo pois uma discussão aprofundada, e que incite a participação popular e de instituições dispostas a contribuir verdadeiramente para a solução das mesmas.
Coluna publilcada simultaneamente com o pbnoticias.com
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