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domingo, 8 de março de 2009

Espaço Sindical

SERVIDORES DE PATOS PARALISARAM ATIVIDADES NA ÚLTIMA SEXTA-FEIRA

O SINFEMP - Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais de Patos e Região, realizou uma manifestação no último dia 6 de março de 2009, pela redução da jornada de trabalho de 8 para 6 horas, pelo pagamento dos precatórios de 1996 e 1999, como também pela implantação do Piso Nacional dos Professores, retroativo a janeiro de 2009.
Desde o dia 2 de janeiro que as servidoras municipais vêm lutando contra o decreto do atual prefeito Nabor Wanderley da Nóbrega Filho (PMDB), que alterou a jornada de trabalho de 6 horas corridas para 8 horas, colocando todas para trabalharem dois horários no Município, descumprindo o Estatuto dos Servidores Municipais, onde assegura que os servidores que passarem a trabalhar 8 horas, terá direito a uma gratificação de até 100% sobre o salário base.
Outra luta da categoria diz respeito ao pagamento dos precatórios de 1996 e 1999, como também a implantação do piso de R$ 950,00 para os professores municipais, de acordo com a lei 11.738/2008, onde determina que todos os gestores municipais devem pagar pelo menos 2/3 (dois terços), retroativo a janeiro de 2009 e em Patos os professores continuam recebendo os mesmos salários de 2008.
No tocante a carga horária do magistério deve ser mantida 30 horas semanais, sendo 20 em sala de aula, 5 aulas departamentais e 5 aulas extra-classe, como o projeto enviado pelo ex-governador Cássio Cunha Lima.

A auxiliar de serviços e tesoureira do sindicato Maria do Carmo Nunes Soares (Carminha), afirmou que essa medida do prefeito não tem sentido, pois sempre os servidores municipais trabalharam um turno único, ou seja, 6 horas.
“Nós mulheres já temos uma dupla jornada de trabalho, pois além de trabalhar no serviço público, temos que fazer os serviços domésticos, alimentação, deixar filhos em escola, pois ganhando apenas um salário mínimo não temos como pagar empregada doméstica e com esse aumento de 10 horas a mais em nossa carga horária, inviabilizou a nossa vida”. Enfatizou a mesma.
As servidoras usaram roupas pretas para demonstrar a sua indignação com a medida tomada pelo atual gestor, realizaram uma assembléia geral e em seguida saíram em caminhada pelas principais ruas da cidade, culminando com um ato público em frente à sede da Prefeitura local.
O Presidente do SINFEMP, José Gonçalves, afirmou que desde o mês de janeiro vem lutando em conjunto com os associados para se resolver essa situação, já ocorreram 7 reuniões e nada foi resolvido pelo atual gestor. Na próxima quarta-feira, dia 11, será realizada mais uma assembléia na Associação Comercial de Patos, onde poderá ser deflagrada uma paralisação geral da categoria.
Gonçalves lamentou a pressão sofrida pelas auxiliares de serviços que não tem condições de trabalhar os dois horários, por parte da secretaria de Educação do Município, que ameaça diariamente, com ligações para as diretoras de escolas, determinando que seja colocada falta, cortado o ponto, caso não trabalhe às 8 horas, ou seja, manhã e tarde.
“Eu nunca presenciei uma situação dessa aqui no Município, com tanta pressão sobre os servidores municipais, especialmente as mulheres, nem na época que tivemos prefeitos tidos com autoritários em nossa cidade. O que os servidores querem é que o prefeito Nabor se sensibilize, defina alguma coisa, sobre a carga horária, mantendo às 6 horas, um único turno, pois tem condições suficientes para isso, além de discutir e implantar esse piso de R$ 950,00 para os professores e pagar os precatórios”, disse José Gonçalves.
Para Dona Maria Araujo, professora aposentada no Município e diretora do sindicato, o prefeito Nabor precisa sentar discutir e ver inclusive o aumento, a implantação do piso para os professores aposentados no Município e sobre o aumento da carga horária, ela afirmou que fica muito difícil e deu o seguinte exemplo: “Uma mulher já tem uma dupla jornada de trabalho, tem que acordar às 5 horas da manhã, para fazer café. Em seguida, vai ao trabalho, pois tem que chegar às 6 horas da manhã. E se tiver filhos menores para estudar como vai fazer? Retorna as 10:0 horas da manhã e chegando em sua casa, tem que fazer almoço para a família, pois não tem como pagar empregada e retornar às 12:00 horas para o trabalho e só retornará para a sua casa às 16:00 horas.
Qual o sossego, o repouso que tem uma mulher dessa, passando o dia nesse rodízio? Sem falar que mora distante, pois tem uma auxiliar de serviços que mora na Vila Mariana e trabalha no Belo Horizonte. Outra mora no Centro e trabalha no Bairro do Jatobá. E a Prefeitura não oferece transporte. Veja a situação que as servidoras municipais de Patos, chegaram. Eu fui uma das fundadoras do sindicato em 1991 e nunca presenciei uma situação dessa no Município. Isso me entristece, mas ao mesmo tempo, mesmo doente, ainda participo das atividades do sindicato, para ajudar as minhas companheiras”, enfatizou a mesma.

Assessoria

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