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sábado, 14 de março de 2009

Câmara de Patos debate violência


Major Dedeu

PM Silvan


Prevista para iniciar às 18h, somente às 19h foi aberta a Sessão Especial de ontem, sexta-feira 13, solicitada pelo vereador Raniere Ramalho (PMDB), com intuito de discutir a violência que cresce de forma bastante preocupante na cidade de Patos. Para o debate em busca de propostas que viessem trazer maior tranquilidade para a população foram convidados, além das polícias Militar, Civil e Federal, clubes de serviços, igrejas, associações de moradores, sindicatos, dentre outros.
Todos os deputados estaduais que representam Patos na Assembléia Legislativa, nenhum compareceu, apenas justificaram suas ausências. Também não se viu representantes de igrejas, seja católica, evangélica na reunião. A 5ª Superintendência de Polícia Civil, mesmo recebendo o convite, não enviou representante, numa demonstração de descaso com algo que lhe diz respeito diretamente.
O primeiro a usar da palavra foi Raniere Ramalho, requerente da referida sessão. Justificou seu pedido e cobrou mais ação, além de maiores investimentos e incentivos para as polícias. Disse que é preciso mudança de atitude no combate à criminalidade. Falou também dos efeitos negativos desta, que acaba afastando novos investimentos na cidade e consequentemente geração de emprego e renda na localidade.
Na sequência o colega legislador Sales Junior enfatizou que Patos é hoje considerada uma das cidades mais violentas no cenário paraibano e nordestino. Disse que a população está refém da bandidagem e pediu a volta de postos policiais nos bairros, como forma de minimizar a violência.
Outro vereador, Almir Mineral, afirmou que quem alimenta o comércio de drogas são as pessoas de poder aquisitivo e sugeriu trabalho de conscientização nas faculdades. Já o presidente da Casa Juvenal Lúcio de Sousa, Marcos Eduardo, fez duríssimas críticas à Polícia Civil de Patos, que, na sua visão só sabe mesmo é bater. Sobrou para todo mundo. “Tem delegada na 5ª Superintendência, com diploma, mas que não sabe o que é segurança pública”, acrescentou.
O vereador José Mota Victor falou que não era expert em segurança, mas que as razões da violência são muitas e que a família deve trabalhada, ser o alvo primordial para que atinjamos uma sociedade menos violenta. O médico vereador Ivanes Lacerda questionou o representante da PF, delgado Lima, sobre os reflexos da população andar armada, apresentando dados que apontam que 28% das armas que circulam são ilegais.
O presidente da UAC – União das Associações Comunitárias, José Ilton, também considerou a família elemento principal na luta contra a violência e teceu críticas ao ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, por considerar que na lei estão previstas muitas garantias ao público infantojuvenil, mas que não cobra deveres. Sugeriu maior participação dos e das escolas na formação das crianças. Também pediu às autoridades de segurança pública maior fiscalização para coibir a exploração sexual de menores na cidade de Patos.
O Subcomandante do III BPM de Patos, Major Dedeu, disse que a violência na cidade está dentro da normalidade, que apenas o número de homicídios, registrados do início de 2008 aos dias atuais é que está acima da média. Falou da briga pelo controle do tráfico como sendo a principal razão de tantas mortes, mas que isso não significa que a Polícia deixe de apurar os fatos e punir seus autores. Sobre a existência de grupos de extermínio em Patos disse não concordar com a tese. “A inserção das drogas, não apenas em Patos, mas em praticamente todo o território brasileiro, tem como uma de suas consequências o aumento da violência”, argumentou.
Major Dedeu concluiu sua participação no debate dizendo que o III BMP dará início a um plano de ação e que no final deste ano apresentará números comparativos aos de 2008.
O delegado Lima, da PF de Patos, apresentou números considerados positivos referentes às ações em Patos e nos 89 municípios sob jurisdição desta delegacia, como a apreensão de 15 quilos de cocaína ano passado. Disse que existe bom suporte logístico para o trabalho de toda a equipe, total de 26 na cidade, mas reclamou do reduzido número de funcionários para cobrir sua base territorial.
Quando o presidente Marcos Eduardo se preparava para encerrar a sessão, o soldado PM Silvan, como uma metralhadora giratória, abriu fogo contra o descaso existente na Polícia Militar. Explicou que existe uma maquiagem na instituição, mas que os militares trabalham e vivem em condições deploráveis, sem material de trabalho, insuficiente e de péssima qualidade, citando o caso das viaturas que vivem quebrando.
Os vencimentos foram outro alvo atacado por Silvan, que citou as diferenças nos soldos de região para região, sendo a Paraíba um dos mais humilhantes do País. Encerrou pedindo apoio do Legislativo patoense para a aprovação da PEC 300, que se passar proporcionará grande vitória na remuneração para os PMs.
fotos:garimpandopalavras

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