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sábado, 14 de março de 2009

Agente denuncia caos nos presídios e diz que compra própria munição


Um agente penitenciário paraibano aprovado no último concurso público organizado pelo Governo, que já foi nomeado para sua função em um dos presídios do Estado, falou na tarde deste sábado (14) para a reportagem do portal Paraíba1 sobre as precárias condições de trabalho que encontrou ao assumir seu posto. Ele revela que não teve um treinamento adequado e que muitas vezes é obrigado a comprar a própria munição para poder trabalhar com “segurança”.
O rapaz, que tem menos de 25 anos e que com medo de represálias prefere não se identificar, foi nomeado ainda pelo ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB). Ele diz que a sensação de abandono já existiam no governo anterior, mas alerta que neste início de Governo Maranhão (PMDB) nada mudou por enquanto.
Ele critica, por exemplo, a formação que teve para poder assumir a nova função. Apesar de ter porte de arma previsto por lei, o agente diz que passou apenas por “um curso precário de tiro”, em que não disparou mais de 20 vezes.
“Tenho direito a porte de arma, permaneço armado durante o meu trabalho, mas tenho dúvidas sobre se sei atirar corretamente”, confessa. Isto sem contar que ele diz não saber se estaria psicologicamente preparado para enfrentar uma emergência.
O agente revela ainda problemas como falta de pessoal e falta de munição durante os turnos de trabalho. Ele explica que os presídios sempre muito lotados são vigiados por poucos profissionais de cada vez e que o Governo da Paraíba simplesmente não disponibiliza munição suficiente.
Para solucionar a questão, a única solução encontrada pelo novo agente é comprar projéteis usando o dinheiro de seu próprio bolso. “É preferível pagar pelas balas que eventualmente eu poderei usar, do que passar uma noite inteira desarmado no presídio”, concluiu.
A reportagem tentou entrar em contato com o secretário de Cidadania e Administração Penitenciária, Roosevelt Vita, para saber o que a nova gestão iria fazer para solucionar a questão, mas ele não foi localizado.

Phelipe Caldas (paraiba1)
foto: db

Um comentário:

Anônimo disse...

É lamentável a situação desse agente penitenciário, assim como tantos outros da área, incluindo policiais. Pois estou certa de que o mesmo não tem preparação psicológica nem mesmo para assumir o emprego, imagine para uma eventual emergência.
Obrigada

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