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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Autoestima - Uma boa notícia para iniciar bem o dia

A HORACE WELLS E WILLIAM MORTON - DESCOBRIDORES DA ANESTESIA

Inácio A. Torres
Dentre as descobertas da humanidade, sempre considerei a da anestesia uma das mais relevantes. E, sobre esse assunto, mais tarde vim a descobrir que alguém concordava comigo. Quem?! Paulinho, uma personagem do livro “O menino que inventou a verdade”, de Pedro Bloch.

Pergunta ele, num diálogo com seu pai:

- Qual é a invenção mais importante do mundo?

- Responde-lhe o pai: Eletrônica, energia nuclear, transistor, computador, sei lá!

-Eu acho – diz Paulinho, com a carinha mais parada – que é a anestesia!

- Como é menino?

-Com a anestesia a gente não sente dor. E sabe que foi um cirurgião dentista que morou na coisa?

-Paulinho, você não anda lendo demais?

- Não, pai. Só que eu penso. E pensamento é outra coisa que eu ainda não entendi direito. A gente pensa, pensa, mas, pensando bem, ninguém sabe como pensa. E quem sabe se o invento mais importante não é o pensamento?

O certo é que, desde criança, sempre tive fascínio pelos descobridores e inventores. Considero esses homens e mulheres, entes privilegiados perante Deus e grandes benfeitores da humanidade.

Voltemos a anestesia, essa brilhante idéia de dois cirurgiões dentistas: Horace Wells e William Morton. Ambos amenizaram a dor dos procedimentos cirúrgicos, porém, na vida, só conquistaram sofrimentos e decepções com essa descoberta. É, na verdade, uma tragédia a história da anestesia.

Morton teve rejeitado o projeto de lei que o reconheceria como inventor da anestesia e assim faliu, sua fazenda foi confiscada, sua família passou fome, sua reputação foi ridicularizada, sua saúde debilitada, enfim perdeu o sentido de vida, e caiu morto no Central Park em Nova York, aos 49 anos. Wells, apesar de haver sido eleito membro honorário da Sociedade Médica de Paris, portanto reconhecido no meio acadêmico e científico, viciou-se em clorofórmio e morreu de hemorragia na prisão Tombs, depois de cortar artéria femural com uma navalha, aos 33 anos.

Apesar de tanto infortúnio, a verdade é que, graças a esses dois estudiosos, há cento e sessenta e quatro anos a humanidade conquistou a superação da dor física durante os atos cirúrgicos e outros procedimentos em saúde.

A seguir a nossa homenagem a Wells e a Morton, descobridores da anestesia, escrita ainda quando éramos acadêmicos da UFPB, Centro de Ciências da Saúde, João Pessoa, PB.

        No vosso perfil, poucos veem ainda estampado os matizes da angústia. Porém, corajosamente arrancastes com carinho de cada semblante assombrado o pavor da dor, acendendo em cada recanto do corpo uma chama de alívio e de paz.

Aguardastes com esperança o triunfo, por isso jamais desesperastes. Por isso ofertastes vossas vidas recebendo como recompensa o desprezo, o desamparo e a ingratidão. A vossa ciência chamaram desatino. A vossa paciência denominaram de loucura. Mas o vosso ofício não abandonastes pela matéria.

O vosso ajustamento com a vida e com a ciência é de tamanha convicção e natureza, que vivestes imensamente para conquistar a dor física, sem nunca olvidar o gemido social dos que sofriam, sobremaneira os excluídos e abandonados.

 Inácio A. Torres é conunista do pbnoticias.com e do garimpandopalavras

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