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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Dose R$ 1,00


A prisão de uma quadrilha acusada de comandar o tráfico de drogas de dentro dos presídios de Patos esta semana não é nenhuma novidade para quem conhece o cotidiano dessas casas penitenciárias. A prática é pra lá de antiga e não apenas existe o comércio, como consumo de maconha, crack e cachaça, cuja dose custa R$ 1,00. Mesmo trancafiados há detentos que mantém o uso de alucinógenos. Segundo uma parenta de um presidiário, recentemente um preso recebeu liberdade e seu estado, devido o uso constante de crack, era cadavérico.
Para manter o vício muitos contam com a ajuda de familiares. Outros vendem ou trocam os mantimentos levados por seus familiares por drogas. Há os casos também daqueles que se tornam aviõezinhos dentro do presídio para garantir a “satisfação”, de uma tragada. É a famosa escola do crime nas barbas da segurança. O pior de tudo é a família ficar refém e compromissada de bancar o vício de quem está lá dentro, muitas das vezes pressionada, chantageada e ameaçada.
Sabemos que o método prisional adotado no Brasil é falho. Além de não recuperar o detendo, não lhe oferece esperança de um dia se ressocializar. Só para se ter idéia da gravidade do problema prisional no País, cerca de 190 mil detentos, os chamados provisórios, aguardam decisão judicial para seus casos. Celas sujas, superlotadas, alimentação de péssima qualidade, estresse, doenças, esse é o cenário. As ações socializadoras isoladas não ajudam muito a mudar o quadro assustador.



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