A Secretaria de Estado da Saúde (SES) recebeu do Ministério da Saúde cinco mil cápsulas de oseltamivir (Tamiflu) para o tratamento de pacientes com influenza A-H1N1, na Paraíba. A quantidade do medicamento é suficiente para atender até 500 pessoas.
Desde o surgimento da nova gripe, a SES notificou 46 casos suspeitos da doença no Estado, sendo que 10 foram confirmados, 21 descartados e 15 estão em investigação. Nesta segunda-feira (10), durante entrevista coletiva à imprensa, o secretário José Maria de França orientou que os paraibanos procurem um médico aos primeiros sintomas de gripe e não tomem remédios sem prescrição. “A automedicação pode mascarar a doença e retardar seu diagnóstico”, afirmou.
O secretário da Saúde ressaltou que o médico é quem vai dizer se a pessoa deve tomar ou não o Tamiflu e se necessitará de isolamento hospitalar. Ele disse que se a medicação for administrada a toda pessoa gripada isso pode gerar um problema maior de saúde pública, que é tornar o vírus resistente ao medicamento.
“Hoje, não há vacina contra a Influenza A e o medicamento é a arma que temos contra a doença. Usá-lo indiscriminadamente pode causar a mutação do vírus. É natural que as pessoas tenham medo, porque é uma doença nova, cujo comportamento está sendo conhecido. Mas, pelo que se sabe até agora, a letalidade dessa nova gripe é semelhante a da gripe comum. Só estamos garantindo à população que temos a estrutura e o medicamento para tratar os casos que surgirem”, disse.
Segunda morte
Sobre a morte do professor de inglês de 35 anos, morador do município de Cabedelo, no sábado (8), o secretário lamentou o fato e lembrou que talvez se tivesse sido tratado no início dos sintomas, o paciente não chegasse a óbito. “Não há como saber se o óbito teria sido evitado, mas o fato é que o professor procurou o serviço de saúde cinco dias após o aparecimento dos sintomas. Se fosse feito um exame, uma ausculta, talvez o médico tivesse visto sinais que o paciente ou as pessoas comuns não tenham percebido”, ressaltou.
A médica infectologista Joana D’Arc Frade, que acompanhou o paciente, confirmou que realmente suspeitou de pneumonia fúngica e pediu os exames para diagnosticar ou afastar a suspeita. “No atestado de óbito dele consta a única causa que estava confirmada até o momento: influenza A-H1N1. Devemos receber o resultado desse outro exame ainda esta semana. Se ele estava com uma colonização de fungos no organismo, isso com certeza agravou o caso. Por enquanto, só podemos dizer era uma pessoa aparentemente saudável”, disse.
Em investigação
A gerente de Resposta Rápida, Diana Pinto, disse que a SES e os municípios de Cabedelo e João Pessoa estão investigando se a vítima teve contato com pessoas contaminadas. “Ele esteve em um curso com 40 pessoas, muitas de fora do Estado. Não sabemos qual foi sua fonte de infecção, mas é possível que seja nosso primeiro caso autóctone. Se for, não muda em nada o protocolo que estamos seguindo, porque não estamos fazendo vigilância do H1N1, mas dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), para poder diagnosticar os casos que podem ter complicações e óbito”, afirmou a epidemiologista.
Além de José Maria de França, Diana Pinto e Joana D’Arc, participaram da coletiva à imprensa a infectologista Helena Germóglio, Cleane Toscano (gerente de Vigilância em Saúde), Nadja Rocha (gerente de Vigilância Epidemiológica) e a secretária-executiva da Saúde, Lourdinha Aragão.
A gripe na Paraíba – Casos confirmados (sete em JP, um em Tavares e dois em Cabedelo).
1. Professor de 35 anos, residente no município de Cabedelo. Teve sintoma gripal e pneumonia e morreu no dia 8 de agosto.
2. Estudante, de 18 anos, moradora de João Pessoa. Ficou curada.
3. Surfista de 31 anos, morador de João Pessoa. Curado.
4. Estudante de Enfermagem de 31 anos, morador de João Pessoa. O paciente tinha doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e faleceu no último dia 28 de julho.
5. Pedreiro de 25 anos, morador do município de Tavares. Curado.
6. Adolescente de 17 anos, moradora de João Pessoa. Curado.
7. Adolescente de 15 anos, morador de João Pessoa. Curado.
8. Jovem de 16 anos, morador de João Pessoa. Curado.
9. Técnico em Telecomunicações de 27 anos, morador de Cabedelo. Curado.
10. Administrador de empresa de 32 anos, morador de João Pessoa. Curado.
Secom
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