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domingo, 15 de agosto de 2010

Anos 60 no Patos Tênis Clube


Marcos Eugênio



Na entrada do Patos Tênis Clube James Dean, Marilyn Monroe, Elvis Presley anunciavam o que seria a noite da 14ª edição da Festa dos Anos 60 promovida pela Pastoral do Menor do Santo Antônio. Discos de vinil espalhados pelo corredor faziam a mente das pessoas que entravam viajar no tempo e, ao som da banda paraibana Mistura Fina, matar saudade dos anos dourados da jovem guarda. Chicletes, mini-saias, vestidos de bolinha, penteados estilizados, um cenário perfeito para o evento em prol de um trabalho direcionado às comunidades carentes da área de atuação da Pastoral do Menor da Igreja de Santo Antônio.

Do início ao fim o público presente, não apenas quarentões, mas muitos jovens, dançaram o iê, iê, iê. Pode-se se dizer que foi mais uma festa de arromba, com músicas que embalaram o sábado patoense, e onde era sempre possível encontrar alguém no meio da multidão para, inclusive, dançar agarradinho em alguns momentos da festa.

Conheça um pouco do que foi a Jovem Guarda

JOVEM GUARDA

Foi um movimento para renovar em estilo jovem musical até 1965 e com estilos de beatlemania. E adaptando-os a nossa sociedade. Mas não foi possível, pois esse era antagônico aos padrões da época e passou a chamar-se Jovem Guarda a partir de um programa musical para jovem que passava na TV Record que ia ao ar semanalmente e reunia os principais artistas do estilo.

A Jovem Guarda era um rock comportado onde vestiam blusões de couro, as lambretas, cordões e o comportamento à moda James Dean, símbolo da revolta juvenil e falava sobre a situação social e Política no mundo.

A forma de composição musical baseava-se no total abandono do conteúdo e banalidade musical, que como conseqüência teria uma melhor descontração para se compor.

Este movimento diferencia-se da Bossa Nova, pois havia poucas notas e era parecido com o Rock n’Roll como ex: Celly Campello.As seqüências eram repetitivas, assim como o seu refrão.
Nas letras começavam a aparecer as "Gírias" tão significativas para a época, como "cara’, "barra Limpa", "mora", "é uma brasa", "Papo Firme", etc e permaneceram por muito tempo na linguagem popular e alguns a tem até hoje. 

Essa linguagem não condizia com o momento cheio de revoltas pelo mundo e manifestos que todos viviam e que os músicos da Bossa Nova descreviam com fidelidade como "disparada e Roda viva", por exemplo.

O Ritmo era mais quente, não havia o regionalismo, e possuía letras atrevidas e extravagantes e dava uma sensação alegre quando cantada e dançada.

Houve uma mudança de instrumentos passando a ser usados para esse estilo: órgão no lugar do Piano, A guitarra no lugar do Violão, O Baixo elétrico no lugar do Acústico e temos estas como principais para citar. Houve mudança de também na moda; tanto masculina, como feminina: os cabelos eram longos, calçavam botinhas com salto carrapeta, cores contrastantes, anéis de tamanho grande e saias muitos curtas para a época.

Temos como principais sucessos que iniciaram esse movimento: "Calhambeque e Parei na Contramão, de Roberto Carlos. Havia também músicos que tocavam música instrumental ao estilo do "venturies ou Shadows", mas a maioria preferia cantar, acompanhando a moda e sair do anonimato e isto foi um grande fator para o Fim das grandes orquestras e o surgimento de conjuntos como: Renato e seus Blue Caps, Fever’s, Jet Blacks, The Rebel’s e The Bell’s e o que mais se destacou deste citados foi sem dúvida Renato e Seus Blue Caps que na maioria das vezes tocava versões de músicas dos Beatles juntamente com sucessos de Roberto Carlos.

No Brasil e no Mundo iniciava o apelo para a sensualidade na TV, outdoors e casas comerciais com mulheres lindas, para chamar o público e desviar a atenção da guerra do Vietnã, Ameaça da Bomba Atômica ou a Revolução de 1964. A bela da época era Wanderléa, com seu charme era a maninha de Roberto Carlos e teve como sucessos: "Ternura" que veio o apelido de Ternurinha e "Pare o Casamento" que tiveram grande destaque na época.
Com destaque na música instrumental tivemos os: "Incríveis" (antigo "The Clever’s" ) com a música "Tua voz e cavalgada" , The Jordans com "Tema de Lara" e "Noite de Moscou", The Jet Black’s com "Bull Dog" , "Temas para Jovens Enamorados", "Peace Pipe’, "Wonderful Land".

Formaram-se duplas, trios e quartetos vocais como "Lilian e Leno", Os vips", "Trio Esperança", "The Snakes", "Os Diferentes", "Os Iguais", "Golden Boys", etc. Temos como destaque musical os "Golden Boys" e Lilian e Leno com "Alguém na Multidão", versão de "Michelle" dos "Beatles", "Devolva-me" e "Pobre Menina".

O programa Jovem Guarda era um sucesso e dividia-se em partes : apresentava um conjunto cantando um sucesso e este permanecia no palco para acompanhar outros cantores e depois Roberto ou Erasmo cantavam uma música balada lenta que na ocasião era: "Não quero ver você triste assim e Gatinha Manhosa" fazendo um intervalo para troca de outro Conjunto.

Duas letras de Músicas foram destaques como "Festa de Arromba e Mexerico da Candinha" a primeira cita uma grande festa e citava nomes de integrantes da Jovem Guarda e passava uma comemoração, alguns diziam que era o sucesso em cima da Bossa Nova e a Segunda passava que a sociedade admitia que apesar daquelas roupas, cordões e linguagens eles eram "legais".

Roberto Carlos influenciava toda uma geração com seus Slogans e todo mundo queria cantar como ele, foram criados produtos como as linhas "Calhambeque", refrigerante "Sissi", restaurante "Barra Limpa" passando por camisas, calças, anéis, etc.

Houve uma Polêmica na Música "Quero que vá tudo pro inferno" pois fazia contraste com o padrão existente na época e desagrado dos jovens pelos padrões da sociedade logo depois foi analisada como um grito de quem já está cansado de tentar alguma coisa e passa a perder o interesse pelo assunto ou um desabafo pelos jovens, pois ainda existia o problema com a geração anterior, fazendo com que Roberto grava-se em seus LP’s músicas da Velha Guarda como "Que saudades da Amélia e Velhinhos".

A Jovem Guarda era sucesso em todo Brasil e os músicos excursionavam por todo território nacional, fazendo shows para todas as idades e camadas sociais e limitando cada vez mais a Bossa Nova que era um movimento mais elitizado.

Muitos músicos no Brasil mudaram de estilo e surgiu o Samba Jovem com Jorge Bem, Pilantragem com Wilson Simonal, Jair e Elis passaram a cantar "Música de Consumo" para entrarem nas paradas musicais e outros tiveram que ir para o exterior por não ter mercado interno aqui no Brasil.

Foi criada para essa adaptação nas paradas de sucessos uma versão clássica pelo maestro Diogo Pacheco um Show chamado "Jovem Guarda Clássico" composto de Coral , Conjunto de Câmara e com participação do Conjunto Beatnicks apresentando sucessos do momento, com arranjos sofisticados eruditos, super aceito pelo público maduro, com uma sonoridade impressionante e trechos de grande beleza.

Com todo esse sucesso, canais de TV de São Paulo, Rio e outras Capitais do Brasil entraram na "Onda" e lançaram mais programas da Jovem guarda com artistas famosos como: "Linha de Frente" com "os Vips", "O Bom" com Eduardo Araújo e na Record o programa "Ronnie Von" com a imagem de pequeno príncipe e daí em diante todas as estações de TV do Brasil teriam seus próprios programas semelhante em diversos horários.

Eduardo Araújo introduziu os sons de metais na Jovem Guarda criando "banda do Maestro Peruzzi" e "O Bom", "Querida" com Jerry Adriani e "Querida" com Ronnnie Von tiveram destaque.

Um outro programa nessa linha teve grande destaque com os "Incríveis", um conjunto versátil e com aparelhagem importada adquirida em excursões ao exterior e um dos maiores sucessos foi a música "Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones" com sua letra falando e protestando pela participação de jovens na guerra do Vietnã.

Sempre o fator social e político serviram de inspiração para a criação de um movimento, toda a revolta de uma geração, toda a agressividade de uma massa carente e expressada através da música, fazendo os sucessos de cada momento e este foi mais um desses momentos expressos aqui no Brasil. (www.culturaemusica.com)

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