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terça-feira, 16 de março de 2010

Moradores mostram danos provocados por tremores em Pernambuco



Moradores de Alagoinha (PE) reclamam que os constantes tremores de terra que têm atingido a cidade provocaram danos em diversas residências. A dona de casa Edivania Pereira do Santos, de 20 anos, foi uma das prejudicadas e mostrou à reportagem do G1, nesta segunda-feira (15), os estragos causados pelos abalos.

A cidade de Alagoinha registrou mais de 40 tremores de terra de baixa intensidade desde o dia 3 de março. O abalo mais forte teria ocorrido em 8 de março e alcançou magnitude de 3,2 na escala Richter.

“As telhas caíram e, agora, parte do meu telhado estragou. Alguns tremores são bem fraquinhos, mas outros são tão fortes que mexem as panelas penduradas na cozinha”, diz Edivania, que mora com o marido e dois filhos.

O agricultor Osvaldo Lopes da Silva também disse que teve problemas na estrutura de sua casa por causa de tremores. Ele contou que estava dormindo, quando ouviu um estralo muito forte.

“Só deu tempo de pegar as crianças e sair correndo para a rua. Não sabia o que era, mas depois me contaram que eram os terremotos. O telhado fez um barulho, mas está firme. O problema aqui são duas rachaduras que apareceram no quarto e na sala”, diz o agricultor, que mora com a mulher e os três filhos.
Segundo Silva, todos os moradores da região correram para rua. “No começo, as pessoas choravam muito, passavam mal por causa do nervoso. Algumas resolviam até ir à igreja. Hoje, o pessoal já se acostumou um pouco. Todo mundo tem medo, mas ninguém fica desesperado”, disse. 
A dona de casa Angelita Belo Feitosa, de 34 anos, diz que está assustada com os tremores. Ela também disse que a parede da sala rachou por causa do tremor. “Sentimos as paredes tremerem, nossas coisas todas se mexem. A última vez que teve um tremor forte, escutei o estalo na parede. Depois, vi que tinha rachado. Temos muito medo, mas não sei o que fazer. Eu quero que o governo ajude a consertar a casa”, afirma Angelita.

Orientação
A preocupação só não é maior porque, segundo os moradores, representantes da prefeitura explicaram que as casas não correm risco e que os tremores são normais. “Estamos tentando nos acostumar, mas é uma situação difícil. Nunca tínhamos passado por isso antes”, diz Edivania.

De acordo com Silva, os moradores foram aconselhados a sair de casa sempre que sentirem tremores mais fortes. “Temos que ficar longe das paredes por uma questão de segurança, mas acho que esses terremotos não são capazes de derrubar minha casa. É só arrumar a rachadura na parede, que fica tudo bem”, diz.  

A mulher de Silva, Inalda Alves dos Santos, de 40 anos, conta que começa a ter preguiça de sair correndo sempre que tem um tremor. “Está acontecendo demais. Se continuar assim, não vou mais sair de casa não. Se a minha família tiver que morrer, vai morrer junta”, diz.

Mudança
A dona de casa conta que já pensou em se mudar, mas não tem lugar para ir. “Quero vender a minha casa, pensei em sair da cidade, mas com esses terremotos ninguém mais quer comprar”, afirma Edivania.

Angelita também gostaria de ir para um local mais calmo. “Tenho medo sim e, claro, penso em me mudar para outro canto, mas é complicado sair daqui, largar a vida que já temos e começar de novo em outro lugar”, diz. 

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) esteve no município na semana passada para instalar sensores que vão captar a ocorrência e a intensidade dos tremores. Além de Alagoinha, outros municípios do interior de Pernambuco também sofreram com abalos nas últimas semanas, como Caruaru (PE) e São Caitano (PE).   
G1

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