Compromisso com a verdade dos fatos

Bem-vindo ao blog Garimpando Palavras

quarta-feira, 10 de março de 2010

Autoestima - uma leitura para começar o dia!


Inácio Andrade Torres 

Sobre a Morte e o Morrer
Rabindranath Tagore, escritor, poeta e músico indiano, nasceu em 1861, em Calcutá. Em 1913 foi o primeiro asiático a receber o Prêmio Nobel de Literatura. Estudou direito na Inglaterra, de 1878 a 1880 e retornou ao seu país em 1890 para administrar propriedades agrícolas da família.
Por essa época, dedicou-se ao desenvolvimento da agricultura e a projetos de saúde e de educação. Com formação filosófica, chega a criar uma escola, em 1901, voltada ao ensino das culturas e às filosofias ocidentais e orientais. Sua obra poética compõe-se de uma coleção de três mil poemas em língua bengali sobre temas religiosos, políticos e sociais.

Sua obra em prosa, orientada por preocupações humanistas, é extensa. Inclui oito novelas, cinquenta ensaios e contos. Como músico, compôs duas mil canções. O volume de poesias mais conhecido é Oferenda Poética (1913-1915). Seus últimos trabalhos, entre eles Cantos Musicais (1910), são classificados como simbolistas. Em 1919, renunciou ao título de Sir em protesto contra a política britânica em relação ao Punjab. Morre em Calcutá, em 1941, aos oitenta anos, sendo reconhecido e aclamado por Mahatma Gandhi, como o grande mestre.

Leiamos abaixo dois textos reflexivos sobre a morte e o morrer – temas bastantes tabuizados em nossa sociedade - extraídos respectivamente de “Colhendo frutos” e “Gitanjali”, duas grandes obras desse inesquecível humanista.

 

I

“Não me deixe rezar por proteção contra os perigos, mas pelo destemor em enfrentá-los.

Não me deixe implorar pelo alívio da dor, mas pela coragem de vencê-la.

Não me deixe procurar aliados na batalha da vida, mas a minha própria força.

Não me deixe suplicar com temor aflito para ser salvo, mas esperar paciência para merecer a liberdade.

Não me permita ser covarde, sentindo sua clemência apenas no meu êxito, mas me deixe sentir a força de sua mão quando eu cair”.

II

Oh!, Morte, teu servo bate a minha porta. Ele cruzou o mar desconhecido e trouxe ao meu lar o teu chamado.
A noite é como breu e meu coração treme de medo; mesmo assim, tomarei da lâmpada, abrirei os portões, e farei vênia em sinal de boas -vindas. É o teu mensageiro que está a minha porta.
Eu o venerarei, colocando a seus pés o tesouro do meu coração.
Ele retornará com a missão cumprida, deixando uma sombra escura na manhã do meu  dia; e, em meu lar desolado, só permancerá o meu desamparado ser, última oferta de mim para ti”.

Coluna publicada simultaneamente com o pbnoticias.com

Nenhum comentário:

Arquivo do blog