CENÁRIOS INACABADOS
Por Misael Nóbrega de Sousa
Antonio Costa Dantas – era um construtor de cenários. Não chegava a ser um artista. Vivia para o trabalho. Vivia a noite e vivia o dia e vivia.... Era um aguerrido; um teimoso; um menino grande. Brigava pelo que achava certo, mesmo que isso lhe custasse desafetos. E gritava com o rei e com o vassalo. E isso era dele. Próprio; constante; inato; cerne... Tão logo passava a raiva, vinha a razão. Era ele de novo. Um Perfeccionista; um desconfiado; um intrigante; um incomodado. Ele confundia-se com o seu trabalho. Odiava ser contrariado. Odiava odiar. Um monte de gente perdeu a chance de conhecer Antonio Costa. Ele não deixava. Ele não se deixava. Ele nos deixou. Um baque. De repente. Rompante. Brusco. Sem som. Sem Adeus. Uma pausa. Um fio cortante. A carne caída sobre a inquietação do minuto. Ausente da família. Longe do terço dos homens; do PMDB; do Nacional; da cidade de Patos; das passeatas e carreatas; das ornamentações das festas que fizera. - A notícia. O corpo. O outro dia. O velório. O enterro. O sepultamento. A vida que teima em ser assim. A morte que teima em ser assim. Ficarão para trás os dias de tudo: ficará para trás a família que ele construiu; os amigos que ele construiu; a cidade que ele construiu; as festas que ele construiu. Assim retiro o que disse, ser dádiva é reflexo do criador; Antonio Costa Dantas não foi construtor de cenário, tão somente, foi também artista. Recriava-se, reinventava-se... e a si mesmo dizia: – Eu posso! E assumia o ônus e o bônus. E quem o conhecia sabe do que estou falando. Ora genioso, de temperamento forte; ora emoção, de riso frouxo; ora presunçoso, de arrogante; ora coração, feito afeto; ora animosidade, de truculento mesmo; ora perdão pelo perdão. O canto da arquibancada-sombra em domingos de Nacional; a cadeira junto ao birô de Pedro no gabinete da prefeitura; o entra e sai do terreiro do forró na preparação do evento; as vezes que fui a sua fábrica; o bate-papo nas manhãs de sábado na banca catedral. As reuniões do partido, às vésperas da campanha; uma noite quando fui buscar bandeiras em sua casa para um comício qualquer. Imagens que guardo de Antonio Costa. Quem lhe tirou a vida foi a própria vida. Como imaginar um fim que não seja trágico? Como querer que não exista esse fim? Como pensar que um dia seremos nós a nos despedir do que consideramos o único cenário que conhecemos? Ou será que os outros é que são os outros? E eles que se despedirão de nós? Não há, portanto, o que dizer que justifique o propósito de Deus. É aceitar e pronto. Mesmo que antes se pranteie. Se fique de luto. Se perca no vazio de si mesmo. Se deixe fingir de louco... – Depois a força da força, a corrente, a fé, a esperança... A vida que não emperra nunca. Até que o nunca deixe de ser nunca. É por isso que somos todos iguais. Não há lição melhor. Quem se achar diferente, que se engasgue na empáfia. Nada nos pertence. A não ser esse exato instante. E que ele seja de silêncio, em respeito há quem já foi. Em consideração a dor - dos que ficaram; alguém pediu para dizer algumas palavras – e eu disse. Não era íntimo de Antonio Costa. Apenas nos falávamos; cumprimentávamos-nos, mas ele era um cidadão de bem – E por ser um cidadão de bem – terá o julgamento divino. Aos homens não competem o merecimento ou a honra desse jugo – a nós, homens, cabem apenas encomendar a alma: – Ficamos para a perpetuação da raça – ficamos para continuar a história interrompida... E ficamos para continuar a construir os cenários inacabados... – Descanse, Antonio Costa Dantas, descanse.
Professor e jornalista
Colunista do pbnoticias.com
Um comentário:
COMO O SOL E A LUA....ASSIM FOI E SERÁ MINHA VIDA COM MEU AMOR ANTONIO COSTA,MEU NAMORADO, MEU MARIDO.MEU COMPANHEIRO.LOUCO PELO SEU TRABABALHO...APAIXONADO POR SUA FAMILIA.QUIS DEUS QUE EU FOSSE EXPECTADORA DE CADEIRA CATIVA DA GENEAILIDADE DESTE HOMEM QUE DEUS PRESENTEIOU COM O DOM DIVINO DE CRIAR,TRANSFOMAR O FERRO BRUTO EM AÇO,MISTURAR O AÇO E A PEDRA ...EMFIM COMO VC DEFINIU TÃO BEM ELE IA DO COMEÇO AO FIM PORQUE O SENHOR O PERMITIU.CALCULOS,DESENHOS E ESTRUTURAS ELE BRINCAVA COMO SE FOSSE UM CARRINHO DE ROLIMÃO E SE SATISFAZIA COM O RESULTADO DO TRABALHO NÃO GOSTAVA DE DINHEIRO SÓ QUERIA O NECESSÁRIO PARA AS DESPESAS DA CASA E DE SEUS FUNCIONÁRIOS E OS TRATAVA COMO FILHOS EXIRGINDO O MELHOR DE CADA UM E COM OS SEUS FILHOS SEUS MAIS QUERIDOS AMIGOS.SUA FILHA A FLOR DA SUA VIDA ELE SE DERRETIA TODO NÃO TINHA NINQUÉM EM VOLTA DELE QUANDO ELA SE APROXIMAVA, ARQUITETA RECEM-FORMADA TROCAVA FIGURINHAS E OS DOIS FAZIAM DO COMPUTADOR UMA GRANDE VIAGEM.A MIM NUM SIMPLES OLHAR ELE ME ENTENDIA.GENIOS OPOSTOS ELE ESTRESSADO E EU A CALMARIA MAIS TODO SE ILUMINAVA QUANDO EU OLHAVA PRA MIM.HOMEM DE AMOR FIEL E DE MULHER ÚNICA ASSIM ME FEZ ME SENTIR UMA RAINHA DURANTE 27 ANOS E AGORA QUE SE FOI EU SEREI A LUA E ELE SERÁ O SOL E QUANDO QUALQUER SER VIVENTE NA TERRA VER UM ECLIPSE DO SOL COM A LUA SEREI EU ELE NOS ENCONTRANDO NOS SONHOS EU AQUI E ELA LÁ COM O CRIADOR MAIS ETERNAMENTE JUNTOS.POIS MEU AMOR E COMO O INFINITO MULTIPLIQUE POR MIL E SENTIRA O VERDADEIRO SENTIDO DE SER AMADO.OBRIGADO Misael vc pode dizer que conhecia ANTONIO COSTA DANTAS POIS DESCREVEU PLENITUDE O SER ANTONIO COSTA.
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