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terça-feira, 27 de novembro de 2007

Tragédia premeditada


A tragédia ocorrida no último domingo no estádio da Fonte Nova-BA, com a queda de parte da arquibancada daquela praça de esportes, culminando com a morte de sete torcedores e deixando outros trinta feridos, mas uma vez mostra que no Brasil o descaso atinge todos os setores. Se existiam vários laudos comprovando a péssima qualidade na infra-estrutura da Fonte Nova e seu iminente risco de acidentes, por que se permitiu a realização dos jogos, como o último que recebeu mais de 60 mil pessoas? O referido estádio, pertecente ao Estado, foi fundado em janeiro de 1951 e passado por apenas uma grande reforma durante esses 56 anos de exisitência, na década de 70.
Os maiores interessados para que a Fonte Nova permanecesse funcionando, digo governos estadual, municipal, federação, CBF, clube Bahia, no meu entender, até como iniciativa exemplar, deveriam receber algum tipo de punição pela Justiça. Aliás, considero que a própria Justiça baiana fora conivente permitindo que o estádio recebesse os jogos. A gente sabe do desespero que existe para tirar os clubes baianos da lama em que se atolaram. Agora me vem à mente o caso do Nacional de Patos, do Barras do Piauí e do Crac de Goiás, impedidos de jogar em seus estádios simplesmente porque o regulamento da competição obriga que haja espaço para 10 mil torcedores sentados, onde não se levou em consideração o estatuto do torcedor.
E agora senhora Rosilene Gomes, que sempre se ajoelhou à CBF e que não lutou pelos interesses do Verdão, único representante do Estado na competição, que atitude terá? A gente espera que haja um pouco de dignidade da FPF e envie ao menos um documento à Confederação Brasileira de Futebol pedindo explicações sobre o caso da Fonte Nova não ter condições de jogo, como ficou comprovado pelos laudos e mesmo assim houve permissão. Por que dois pesos e duas medidas?
foto:www.lancenet.com.br

3 comentários:

Anônimo disse...

Não sou engenheiro, mas também não sou ignorante. O estádio José Cavalcanti se encontra em condições bem semelhantes ao que vimos nas imagens da Fonte Nova. Qualquer pessoa pode conferir isso, basta apenas ir olhar as estruturas por trás da arquibanca para ver vigas comprometidas e vergalhões à mostra. Muito se fala na ampliação dos lugares, mas pouco se cogita sobre a reforma estrutural do JC, que "viu" uma reforma em 1981.

Italo Salomão disse...

Também não sou engenheiro e não é através desse comentário que pretendo fazer alarde ou estardalhaço, mas é como Danilo Torres afirmou. O JC, precisa de reforma e ampliação, urgentes.
E, realmente, quem quiser confirmar a atual situação da estrutura da arquibancada coberta, basta ir pessoalmente ao estádio. Eu fiz isso, há pelo menos uns 8 meses, tirei inclusive diversas fotos do local. É um caso que merece bastante atenção por parte das autoridades. Caso contrário, cenas semelhantes as do estádio da Fonte Nova poderão vir a se repetir.



italosgm@gmail.com

Ismael Nóbrega disse...

Todo nós sabemos, as federações sabeme e a CBF mais do que ninguém sabe que o pré-requisito de se ter um estádio com maior capacidade é estratégia para eliminar os times menores das chances de subir a degraus maiores. Todos sabemos que os clubes pressionam, a CBF cede e aí vimos esse ultraje que foi feito ao Nacional de Patos que teve pelo menos o consolo de ter seu nome das mídia esportiva do país afora.

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