A colheita do milho da safra de verão está começando em Minas Gerais. Embora ainda esteja alto, o preço vem caindo desde o início do ano. De janeiro para cá, a queda é de 30%. Essa redução está dando fôlego aos criadores de suínos, que dependem do grão para alimentar os animais.
Da granja do suinocultor Fausto da Silveira, em Coromandel, no alto Paranaíba, saem para o abate cerca de três mil animais por mês. Em abril, ele está recebendo R$ 2,85 pelo quilo do suíno vivo. É praticamente o mesmo valor que recebeu no mês passado. O custo de produção diminuiu R$ 0,10 em relação a março e passou de R$ 2,40 para R$ 2,30.
“O nosso custo hoje está baixando em torno de 3% a 4% com relação ao mês passado e o preço do suíno está em recuperação. Hoje, estamos tendo uma rentabilidade em torno de R$ 0,40 a 0,50 por quilo, que dá para sorrir um pouquinho, dá pra sentir ai que a coisa vai melhorar”, avalia Silveira.
Além da queda no custo de produção e do lucro da atividade, a satisfação dos criadores de suínos em Minas Gerais é com o aumento do consumo da carne de porco no Brasil e a expectativa de ampliação dos negócios no mercado internacional.
A cooperativa dos suinocultores de Patos de Minas está ampliando para quase três vezes a capacidade de abate do frigorífico. O abate diário de suínos passará de 800 para dois mil por dia.
“A gente acreditava na demanda mundial por proteína. Mas a partir da hora que aumentam as exportações, cresce também as oportunidades no mercado interno”, explica Cláudio Nasser, Presidente da Cooperativa de Suinocultores.
A abertura da China para a carne suína brasileira é fruto de uma negociação de cinco anos. “Foi uma decisão do governo importante para o desenvolvimento da atividade suína. Diversifica mercado e vamos participar do maior mercado do mundo. A China produz 50% do que é produzido no mundo e consome mais de 50% do que é produzido no mundo. A participação do Brasil nesse mercado vai contribuir, sobretudo, para melhorar as receitas do setor em torno de US$ 500 milhões, com um volume de 200 mil toneladas. O mercado mundial gira em torno de seis milhões de toneladas”, explica Jurandir Machado, diretor da ABIPECS, Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína.
Por enquanto três frigoríficos brasileiros foram autorizados a exportar para a China. Espera-se que os primeiros embarques ocorram no segundo semestre.
Globo Rural
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