João Pessoa, 26/04/2015 - A Polícia Rodoviária Federal (PRF),
o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO) do Ministério
Público Estadual e a Polícia Civil desencadearam a Operação Velocidade Limitada
II na última sexta-feira(24), na Região Metropolitana de João Pessoa. A ação
teve como objetivo desarticular um grupo de motociclistas que praticava rachas
na BR 230. Oito motos, três revólveres e uma pistola foram apreendidas. Quatro
homens foram presos.
Origem - A prática de rachas não é novidade na Paraíba. Em novembro
de 2011, em outra ação conjunta denominada "Operação Velocidade
Limitada", foram apreendidos cinco carros de alta performance, usados em competições ilegais.
Riscos - Em outubro de 2013, um empresário paraibano morreu em um
acidente na BR 230 quando perdeu o controle de sua motocicleta. A condução em
velocidade incompatível foi a provável causa desse acidente. Outros dois
acidentes semelhantes, envolvendo motocicletas esportivas, foram registrados em
um mesmo domingo de 2015, quando os condutores ficaram gravemente feridos.
Investigações - Os trabalhos de monitoramento tiveram início ainda no
ano passado, quando denúncias anônimas chegaram através de ligações para o 191,
telefone de emergência da PRF. O setor de inteligência da PRF iniciou a coleta
de informações sobre as práticas e seus participantes. Um vasto material
audiovisual foi encontrado em redes sociais, postados pelos próprios
integrantes do grupo envolvido. Neles é possível verificar a prática de vários
rachas.
Flagrante na Semana Santa - Três, dos onze alvos da Operação
Velocidade Limitada II, haviam sido anteriormente presos pela prática de racha
durante a Operação Semana Santa 2015, realizada pela PRF. Na ocasião, um quarto
motociclista fugiu após lançar sua motocicleta contra o policial que realizava
a abordagem. Antes do ponto de abordagem, os quatro motociclistas foram flagrados
por outra equipe que realizava fiscalização com o uso de radares.
A ação teve início na madrugada da
última sexta-feira quando 75 agentes da PRF juntamente com promotores do GAECO e
nove equipes da Polícia Civil saíram em direção aos endereços para o cumprimento
de onze mandados de busca e apreensão. Um helicóptero da PRF também foi usado
na operação. Até o final da manhã, oito motocicletas de alta cilindrada foram
apreendidas; sendo: Honda/CBR 1000 RR, Suzuki/Suzuki GSx 1300 R, Kawasaki/Z800,
Kawasaki/Ninja Zx10R, Yamaha/YZF R6, Honda/CBR600F, Kawasaki/Ninja Zx10Rabs,
além de uma Yamaha/YZF R1, sem registro e parcialmente desmontada.
Quatro pessoas foram presas pelo crime
de posse de arma de fogo e munições. No apartamento de um dos suspeitos, foram
encontrados um revólver Taurus calibre 38, diversas munições de mesmo calibre e
cartuchos deflagrados além de um pente contendo 36 munições não deflagradas de fuzil
calibre 7.62, esse de uso restrito.
A operação foi dividida em duas fases.
Na primeira etapa, na sexta feira, foram executados os mandados de busca e apreensão.
A segunda fase foi o monitoramento da rodovia BR230 com a utilização de radares
e patrulhamento aéreo, objetivando coibir a prática de racha e flagrar aqueles
que teimassem em praticá-la.
Passeio legal - O passeio de motocicletas aos domingos com
posterior parada para um café da manhã no Cajá é prática comum, realizada por
muitos motociclistas que costumam sair de João Pessoa ao amanhecer, pilotando
suas motocicletas adequadamente, respeitando as regras de trânsito e conduzindo
de forma consciente. Entretanto, um subgrupo, autointitulado de "299",
composto por motociclistas que possuem as motos mais velozes colocava em risco
a própria vida e de outras pessoas quando, aproveitando a oportunidade do
passeio dominical, realizavam rachas entre os quilómetros 45 e 65 da BR230,
pilotando em altíssima velocidade. O número 299 é uma referência ao limite
máximo de registro dos velocímetros das motocicletas. Ao atingi-lo e
registrá-lo em vídeos, o condutor ganhava prestígio entre os demais
integrantes. Todos os alvos da operação integravam esse subgrupo.
Material audiovisual disponível no
link abaixo
Ascom
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