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sábado, 16 de abril de 2011

“ÊTA, ÊTA, A MULHERADA BÊBA”

por Misael Nóbrega de Sousa
 
O secretário de Cultura do Estado, Francisco César Gonçalves, conhecido nacionalmente por Chico César, deu uma declaração à imprensa, esta semana, que acabou causando polêmica junto à classe artística paraibana.
 
“O Governo do Estado só vai liberar recursos para contratação de bandas que toquem o puro forró”. Chico César, dono do hit “Mama África”, ficou famoso por meio de suas composições bem trabalhadas linguisticamente.
 
Um alerta: em 2009, a Fundação de Cultura de Caruaru, inventou de cortar da programação do São João, as bandas de forró estilizado. Só que no ano passado, a prefeitura resolveu recuar da intenção, para recuperar o fôlego da festa, e atingir a marca de 2 milhões de visitantes.
 
Disse um blog de caruaru:
 
“A rendição se deu pelo fiasco da festa em termos de público jovem. Diante da revoada da garotada, Queiroz aceitou incluir na programação deste ano até Calcinha Preta e um tal de Forró do Muído”.
 
Aqui em Patos, por exemplo, não tem mais como retroceder: A festa já está consolidada - com essas atrações estilizadas... ou alguém duvida?  E, também, não há mais nenhum Luiz Gonzaga dando sopa por aí. Tá tudo muito “parelho”. Tem quem diga que se a banda não anunciar o nome dela, fica difícil identificar quem está no palco: 
 
“É o forró... fulano de tal”
 
No meu tempo, o São João, era animado por Jorge de Altinho, Nando Cordel, Alcimar Monteiro, Assisão, Os Três do Nordeste... E isso nos bastava. Mas, foi no meu tempo, repito. Há de se respeitar o São João de meus filhos. Essa é a época deles. E eles preferem o forró de plástico, como diria o meu amigo Biliu de Campina, com suas letras pornográficas e, muitas vezes, sem sentido... Até preconceituosas...
 
Êta, êta, a mulherada Bêba. Descendo até o chão rodando o copo na cabeça”. Fazer o quê?
 
As bandas de pífanos, trios de zabumba-sanfona-triângulo, quadrilhas juninas e festival de sanfoneiros, devem continuar existindo. Mas, apenas, como forma de valorização das manifestações culturais populares através do resgate dos costumes e tradições regionalistas. Não, sendo as únicas atrações da festa... – Seria contrariar o também nordestino, e não menos famoso, Antonio Carlos Belchior:
 
“É você Que ama o passado E que não vê Que o novo sempre vem...”
 
Jornalista

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