Inácio A. Torres
1964 – A GRANDE DERROTA...
Meu amigo Gilvan Rocha enviou-me o seu mais recente livro, intitulado “1964: a grande derrota e outros textos pertinentes”. É, para mim, sempre um motivo de alegria e de grande significado receber notícias de Gilvan, esse brasileiro que dedicou parte de sua vida às grandes causas em favor do Brasil e do Nordeste.
Sempre entusiasta, possuidor de elevada firmeza de caráter e obstinação pela justiça e pela verdade, Gilvan continua altivo e determinado, escrevendo textos exemplares e de relevantes lições para a formação de bons cidadãos.
Para quem não conhece Gilvan Rocha, seguem alguns de seus passos durante esses mais de cinquenta anos de militância socialista.
Em 1958, iniciou sua militância política no semiclandestino Partido Comunista Brasileiro/PCB. Dois anos depois participou das Ligas Camponesas em Pernambuco e em 1962, com outros dissidentes do PCB, fundou o Movimento Revolucionário Tiradentes e participou do Movimento Guerrilheiros no Norte de Goiás.
Em 1963, Gilvan volta para o Nordeste e articula em Pernambuco e, aqui na Paraíba, o Grupo Vanguarda Leninista. Seis anos mais tarde, foge da repressão, vai para São Paulo e de lá segue para o exílio em Portugal e Argentina. Amparado pela Lei da Anistia, em 1979, retorna do exílio e inicia a organização do Partido dos Trabalhadores/PT.
Em 1984, foi eleito presidente do PT do estado do Ceará, cargo que exerceu até 1988. Após uma permanência de quinze anos, desvincula-se do PT e, em 2005 participa como fundador do Partido Socialismo e Liberdade/PSOL, do qual ainda hoje é membro do diretório estadual no Ceará.
No campo das letras, Gilvan continua produzindo bastante. Escreve nos principais jornais cearenses, e preside o Centro de Atividades e Estudos Políticos – CAEP, com sede em Fortaleza. É autor dos livros Bye,bye PT; Caminhada socialista; e vermelho cor de esperança.
Agora acaba de lançar “1964: a grande derrota e outros textos pertinentes”, um livro “polêmico”, como diz Gilmar Mauro, o prefaciador da obra, “uma vez tratar de uma série de reflexões acerca principalmente do golpe civil-militar de 1964 e suas consequências para a esquerda e a luta socialista no Brasil [...] se queremos liberdade de todas as amarras, enfim devemos sempre lembrar que liberdade só é liberdade quando conquistada. E é para processos e questões com essa envergadura que devemos estar sempre atentos quando adentramos em leituras e debates polêmicos e francos como este para o qual o livro de Gilvan nos convida a reabrir”.
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