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terça-feira, 13 de abril de 2010

Um ano depois da chuva catastrófica


Hoje completa um ano da chuva que causou estragos em Patos deixando centenas de famílias desabrigadas e outras desalojadas. As chuvas caídas no dia 13 de abril de 2009 jamais serão esquecidas pela população de nossa cidade e pela própria Paraíba. Mas passado um ano, a pergunta é: O que de fato fizeram com o dinheiro enviado pelo governo federal, cerca de cinco milhões de reais, para a cidade de Patos superar a catástrofe?

Percorrendo os bairros mais afetados da cidade podemos ver que pouco foi realizado para resolver em definitivo a dor das famílias mais carentes. No bairro do Morro e Liberdade, por exemplo, famílias ainda continuam esperando a ajuda prometida e outras aguardam a conclusão de obras iniciadas. Dona Maria Francinete Araújo é uma dessas, ela relata: “Fizeram um serviço mal feito em minha casa, meu marido ficou revoltado com a situação. Não compraram nenhum móvel, apesar de termos perdido todos”.

Outras donas de casa também fizeram relatos semelhantes, como Maria Celiane Almeida, Maria Livramento Pirangi e Iracy Ferreira da Silva todas moradoras de uma das ruas mais afetadas do Bairro do Morro, a Rua Zeca Vieira, que fica vizinho ao canal que corta todo o bairro. “Toda vez que passa a propaganda na televisão a gente fica revoltada”. Disse Iracy Ferreira da Silva.

A família mais beneficiada entre as citadas é a de Dona Alzira Maria Belo Alves. Ela teve sua casa totalmente destruída e serve de propaganda para a chamada do governo do estado com relação ás obras na localidade. A própria Dona Alzira, com seu esposo João Torres de Araújo, fez questão de mostrar sua casa e o serviço inacabado que ainda hoje causa transtornos. Essa família perdeu todas as cabras e bodes que criavam, mais de 20. Tiveram a metade de sua casa construída e a outra metade, segundo eles próprios, remendada. Seu filho que trabalhou na reconstrução contratado pela empresa que realizou o serviço ainda espera uma parcela não paga de R$ 250,00 (duzentos e cinqüenta reais). Com o vazamento de água que foi deixado pelo serviço mal-feito está sendo pago R$ 300,00 (trezentos reais) por desperdício e tiveram que parcelar a dívida na CAGEPA. Seu João Comprou todos os móveis a prestação, pois o governo não repôs nenhum deles. Mas mesmo assim eles agradeceram levantando ás mãos pro céu como é visto na propaganda.

Não restam dúvidas que parte do dinheiro foi utilizado pelo governo do estado, mas como a fiscalização não foi feita por nenhum órgão devido a ser decretado estado de calamidade pública e de emergência, a obra não teve a devida fiscalização. Quatro milhões e novecentos mil reais foram enviados pelo governo federal para solucionar o problema. Dinheiro esse só para a cidade de Patos. Hoje depois de um ano poucos acreditam que esse dinheiro foi todo investido. A grande felicidade é que todas as perdas foram materiais e o nosso povo aos poucos vai retomando sua vida anterior, ficando só a lembrança daquele dia onde a chuva esperada pelos sertanejos tornou-se catastrófica.


Jozivan Antero

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