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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Sindicato vê irregularidades em hospitais paraibanos



Nesta quarta-feira, dia 21, o Simed/PB (Sindicato dos Médicos do Estado da Paraíba) deu início a uma série de visitas aos hospitais municipais e estaduais, atividade que fez parte do Dia Nacional de Mobilização promovido pelas entidades médicas em defesa da valorização do trabalho médico e por um SUS com mais qualidade.

Cabedelo

A primeira visita foi ao município de Cabedelo, onde os médicos do PSF já estão em greve há 30 dias, não tendo, até o momento, surgido qualquer contraproposta por parte do gestor municipal. Os médicos tentaram contato com o prefeito e com o secretario de saúde, mas, no momento, nenhum deles se encontrava na cidade.


Tarcisio Campos, presidente do Simed/PB, considera inadmissível que Cabedelo, um município com renda per capita três vezes maior do que Campina Grande, pague cerca de 30% a menos para os médicos do PSF.

Diversos problemas foram detectados durante a visita, como paredes com mofo, falta de área de circulação, consultórios sem climatização, insumos hiposuficientes, falta de contra-referência para encaminhamento de pacientes e falta de plano de carreira especifico para o médico.

Instituto Cândida Vargas

Em visita ao Instituto Cândida Vargas, na capital, o sindicato detectou melhorias na infraestrutura, mas ainda existem muitas demandas a serem sanadas, como relata Tarcisio Campos: “o grande problema do Cândida Vargas ainda é a superlotação. Recentemente a Secretaria de Saúde não renovou o contrato com o Hospital Monte Sinal que fazia retaguarda para os casos menos complexos, o que provocou um aumento da demanda nesta unidade, apesar de ter sido feita uma pactuação com um município vizinho, localizado a aproximadamente 18 km, que irá receber os pacientes antes encaminhados para o Monte Sinai”.

Os médicos que atuam na referida instituição hospitalar reclamam da carga horária e os que trabalham no ambulatório estão insatisfeitos, pois tiveram redução de remuneração. O Simed/PB está entrando com uma demanda judicial para exigir isonomia.

Ortotrauma

No Ortotrauma, em Mangabeira, vários problemas foram verificados e o que mais chamou a atenção foram as condições de insalubridade dos repousos nas áreas de urgência, no centro cirúrgico médico e dos demais trabalhadores. No repouso dos anestesistas, utilizado por profissionais de ambos os sexos, só existe um banheiro e estava sem lençóis, o que também foi detectado no repouso dos demais plantonistas.

No ambiente da urgência, havia três pacientes entubados sendo atendidos pelo mesmo médico incumbido das urgências e numa segunda sala vários pacientes encontravam-se sentados e outros em macas sem lençóis, recebendo medicação.

“No centro cirúrgico do Ortotrauma vimos um atentado à saúde de todos. São realizadas cerca de dez cirurgias com uso de aparelhos que emitem radiação e não existe dosimetto para medir a quantidade de radiação, nem dosímetros individuais para médicos e técnicos de raio X e enfermagem”, denunciou Tarcisio Campos.


Arlinda Marques


Melhorias de infraestrutura também foram verificadas no Hospital Arlinda Marques, bem como no fluxo do atendimento, com o oferecimento de novos serviços, contudo o problema da superlotação também foi verificado, havendo casos em que o médico é obrigado a atender até 80 crianças em um único plantão. Na próxima quarta-feira, dia 28, a partir das 8h, o sindicato irá realizar novas visitas, desta vez indo ao Hospital de Trauma, Maternidade Frei Damião e Hospital São Vicente de Paula.



Este mês o Simed/PB esteve com a secretária de saúde, ocasião em que se discutiu uma possibilidade de pagamento da insalubridade já a partir deste mês de novembro, embora os valores não tenham sido revelados pela administração da Secretaria de Saúde. A posição do Simed/PB é de só assinar qualquer acordo com o pagamento previsto em lei, que define o valor de 20% do vencimento básico.



O sindicato vem também participando de mesa de negociação sobre a revisão do PCCR (Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração), onde exige que a carga horária dos médicos seja de 20 horas, de acordo com a lei, baseada, inclusive, em jurisprudência do STF (Supremo Tribunal Federal).



Ainda enquanto atividade da Semana do Médico, será realizado, na próxima sexta-feira, dia 23, um evento no CRM (Conselho Regional de Medicina), a partir das 9h. A programação terá início com a palestra “O médico e o risco profissional: como se proteger”, ocasião em que haverá o sorteio entre os presentes de um final de semana, com acompanhantes, na Pousada Aruanã – Conde/PB.

Às 10h, haverá debate sobre o tema “ESF em João Pessoa. Por que faltam médicos?”, com a participação de representantes do CRM/PB, AMPB, médicos do ESF, Secretaria de Saúde de João Pessoa e o presidente da Frente Parlamentar dos Trabalhadores de Saúde no Congresso Nacional.

A atividade final, com início às 11h, será a palestra “Como recuperar seu INSS retido pelos diversos planos de saúde”, quando haverá sorteio de um netbook para os médicos e médicas sócios do Sindicato dos Médicos.


Ascom


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