Inácio Andrade Torres – 19/10/09
O POLIGLOTA
Já dissemos que Humberto de Campos é um dos maiores escritores do Brasil. Quer na prosa, quer no verso ele sempre saiu-se bem. Os seus contos, ensaios, artigos dão gosto de se ler. Como anedotista, Humberto é também um grande mestre. Realce-se: refiro-me a boas anedotas. A seguir uma delas.
"Achava-se Emílio de Menezes em uma roda da páscoa quando chegou um amigo e apresentou-lhe um rapaz que vinha em sua companhia:
- Apresento-te F. é nosso patrício e tem corrido o mundo inteiro. Fala corretamente o inglês, o francês, o italiano, o espanhol, o alemão...
O rapaz sorria, modesto, ante os elogios e a palestra voltou ao que era. Ao fim de uma hora, durante a qual, apenas proferiu alguns monossílabos, o viajante despediu-se e se foi embora.
- Que tal este camarada! Perguntou a Emílio, um dos da roda.
- Inteligentíssimo é, sobretudo, muito criterioso, opinou o rei dos boêmios.
- Mas ele não disse palavra.
- Pois, por isso mesmo, tornou Emílio. E, rindo: “você não acha que é ter talento, ficar calado em seis língua diferentes!
Coluna publicada simultaneamente com o pbnoticias.com
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