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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Autoestima



Inácio A. Torres - 21 de outubro de 2009

FILHOS PREFERIDOS


A palavra está em crise no âmbito familiar. As conversas das calçadas, que antes varavam a madrugada, hoje já não existem. Verifica-se uma verdadeira inversão de papéis entre os membros da família. Sobre esse assunto, repassamos este texto que nos foi encaminhado. É uma pena que não possamos citar o autor ou autora, mas pelo menos temos a certeza de que ele ou ela o produziu com o pensamento voltado para o bem comum e conscientização de pais e filhos. Leia com atenção e discuta em família.
 
Certa vez perguntaram a uma mãe qual era seu filho preferido, aquele que ela mais amava. E ela, com um sorriso entreaberto respondeu:

-"Nada é mais volúvel do que um coração de mãe".

E, como mãe lhe respondo:- “o meu filho predileto, aquele a quem me dedico de corpo e alma é meu filho doente, até que se cure.É o que tem fome, até que se alimente; o que está com sede, até que beba algo. É o que está estudando, até que aprenda. É o que está sem roupa, até que se vista. É o que não trabalha, até que esteja empregado. É o que se apaixona, até que se case. É o que se casa, até que conviva. É o que é pai, até que crie seus filhos. É o que prometeu, até que cumpra o prometido. É o que deve, até que pague sua dívida. É o que chora, até que se cale. E com o semblante bem distante daquele sorriso, completou: É o que já me deixou até que eu o encontre.

A seguir uma reflexão para a nova geração de pais de família. Somos das primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos os mesmos erros que puderam ser cometidos por nossos progenitores. E, no esforço para abolir os abusos do passado, agora somos os mais dedicados e compreensivos, porém, por outro lado, os mais frágeis e inseguros que a história já conheceu.O grave de tudo isso é que estamos lidando com crianças mais “igualitárias”, beligerantes e poderosas que nunca existiram.

Parece que na nossa tentativa por sermos pais, queremos ser os pais que queríamos ter, passamos de um extremo ao outro. Assim, somos os últimos filhos repreendidos pelos pais e os primeiros pais repreendidos pelos nossos filhos.Os últimos que tivemos medo de nossos pais os primeiros que tememos a nossos filhos. Os últimos que crescemos sob o comando de nossos pais e os primeiros que vivemos sob o julgo dos filhos.

O que é pior, os últimos que respeitamos nossos pais e os primeiros que aceitamos que nossos filhos não nos respeitem.À medida que o permissivismo substituiu o autoritarismo, os términos das relações familiares mudaram de forma radical, para bem e para mal. De fato, antes se consideravam bons pais aqueles cujos filhos se comportavam bem, obedeciam suas ordens e os tratavam com o devido respeito. E, bons filhos às crianças que eram educadas e veneravam seus pais. Entretanto, à medida que os limites hierárquicos entre nós e nossos filhos foram desvanecendo, hoje em dia os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, mesmo que poucos os respeitem. E, são os filhos que agora esperam o respeito de seus pais, entendendo por tal que respeitem suas idéias, seus gostos, suas necessidades, suas formas de atuar e de viver. E que além disso os patrocinem no que necessitam para tal fim. Como se diz, os papéis se inverteram, e agora são os pais quem têm que alegrar a seus filhos para conquistá-los, e não o inverso, como no passado. Isto explica o esforço que hoje em dia fazem tantos pais e mães para serem os melhores amigos de seus filhos e parecer-lhes “muito legal “.

Já foi dito que os extremos se tocam, e se o autoritarismo do passado fez com que os filhos tivessem medo de seus pais, a fraqueza do presente os enche de medo e desprezo por ver-nos tão perdidos e fracos como eles. Os filhos necessitam perceber que durante sua infância estamos à frente de suas vidas como líderes capazes de segurá-los quando não se podem conter e de guiá-los enquanto não sabem para onde vão.

Se o autoritarismo esmaga, o permissivismo afoga. Apenas uma atitude firme e respeitosa permitir-lhes-á confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores, porque seguiremos liderando-os e não atrás os carregando e submetidos a sua vontade. É desta maneira que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio em que está submergindo a sociedade que parece ir à deriva, sem parâmetros, nem destino.



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