Uma declaração aprovada na Assembleia Geral da CNBB manifesta a posição dos bispos contrária à redução da maioridade. “A nota pede aos legisladores que não reduzam a maioridade penal, ou seja, que menores de 18 anos não sejam tratados como bandidos” adiantou durante a coletiva de imprensa o bispo auxiliar de São Paulo e presidente da Comissão das pastorais sociais, dom Pedro Luiz Stringhini (foto). “Queremos que os jovens infratores recebam a correção necessária, mas em estabelecimentos próprios e que sejam reinseridos na sociedade”, explica o bispo.
De acordo com dados passados por dom Pedro Luiz, apenas 0,14% dos 24 milhões de crianças, jovens e adolescentes no Brasil se envolve em algum tipo de crime. “Queremos a reforma prisional, como foi feita no estado de São Paulo, por exemplo, com a destituição da FEBEM e a criação da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA). Assim entendemos que os jovens infratores terão uma oportunidade de tornarem-se adultos, trabalhadores, pais de família conscientes de seu papel na sociedade, totalmente integrados à atual situação social em que vivemos”, argumentou. Dom Pedro criticou o sistema prisional brasileiro classificando-o de “falido”.
“O sistema hoje, ao invés de reeducar, transforma os jovens, muitas vezes induzidos por adultos, em criminosos potencialmente perigosos. Por ser deficitário, tentamos implantar o que o Estado não oferece, como por exemplo, educação, cultura, cursos e acompanhamento jurídico para os internos e para os egressos, pois não adianta apenas jogarmos o jovem interno e o adulto na rua, mas dar todo um suporte espiritual e mesmo social para que ele possa se sustentar, e à sua família”, afirmou.
Ascom
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